Mulher e sexualidade na Historia
Durante toda a História da humanidade a mulher sempre foi objeto da curiosidade dos estudiosos e decifrar o seu comportamento e chegar a uma conclusão aceita universalmente não era algo fácil. O mistério em torno desse ser tão complexo intrigava os estudiosos do período pré-renascentista, pois ate essa fase histórica pouco se sabia sobre o corpo humano e muito menos ainda sobre o corpo da mulher. Apenas por volta do século dezessete, aproximadamente, com a revolução cientifica e a influencia fundamental do pensamento de Descartes passou-se a dissecar os cadáveres e estudá-lo por dentro, isto é, só a partir desse momento a anatomia do corpo humano foi desvendada aos estudantes de medicina e isso representou uma revolução para diversas áreas da ciência.
Quando entramos no campo da sexualidade humana, não é diferente o que acontecia pois, estudar a sexualidade em um período dominado pelo pensamento da igreja católica era algo muito complicado, sendo mais difícil ainda quando se tentava estudar a mulher nesse particular.
Ligia Bellini em seu livro a coisa obscura: mulher, sodomia e inquisição no Brasil colonial, mostra alguns casos de processos contra mulheres acusadas de sodomia durante o período da primeira visita da inquisição no Brasil colonial por volta de 1591 até 1595 e relata que a tradição da igreja considerava a sodomia um “pecado mudo”, ou seja, detestável demais para ser mencionado, tanto nas leis da igreja, quanto nas leis seculares. As pessoas acusadas desse crime teriam cometido semelhante pecado incitadas pelo próprio demônio. A partir do período renascentista o foco começa a mudar e o pecado é atribuído ao próprio pecador e não mais ao demônio. A pessoa que comete o crime nefando é que tem a propensão para o vicio.
Diante das denúncias feitas por testemunhas aos inquisidores, uma questão os intrigava e continuaria sem resposta durante todo período da visita inquisitorial à colônia portuguesa: como atribuir às mulheres o crime de sodomia?
Não tendo condições de provar ainda que as mulheres eram realmente culpadas, os inquisidores muitas das vezes faziam vistas grosas pra tais casos e não podiam, dessa forma, prescrever uma punição adequada. Só bem mais tarde (cerca de um século depois) a pergunta acima teria uma resposta que hoje nos parece um tanto inusitada, mas essa era a concepção que se tinha na época sobre esse assunto. A explicação encontra-se no livro de Ligia Bellini, sendo uma citação da visão Luigi-Maria Sinistrari sobre o assunto:
“No corpo feminino se encontra uma parte que os anatomistas chamam “clitóris”. Esta parte é composta dos mesmos elementos que o pênis do homem, isto é, de raízes, artérias, carne, etc. (...) Se encontra em todas as mulheres, mas nem todas o possuem descobertos ou o fazem para sair para fora do vaso do pudor: se percebe somente uma pequena protuberância nesse lugar do corpo da mulher onde se esconde o clitóris; e esta proeminência pode sair mais para fora das partes vizinhas se, por efeito de excitação venérea, o membro em questão estiver inchado interiormente”.
Com isso, somente se uma mulher possuísse um clitóris nessas condições poderia deflorar outra e chegar até a cometer a sodomia. Então, mesmo não sendo em vaso impróprio, a sodomia poderia dar-se entre duas mulheres se ela utilizasse o clitóris, possuindo um membro de acordo com as condições descritas anteriormente, para penetrar a outra, já que esse tipo de coito não seguia geração. Segundo esses critérios, a mulher poderia cometer a sodomia com outro sexo, no vaso anterior ou posterior de uma mulher e também no vaso posterior de um homem. As mulheres com o clitóris mais desenvolvido estavam mais aptas às tentações carnais e aquele passava a ser a prova do crime.
Durante toda a História da humanidade a mulher sempre foi objeto da curiosidade dos estudiosos e decifrar o seu comportamento e chegar a uma conclusão aceita universalmente não era algo fácil. O mistério em torno desse ser tão complexo intrigava os estudiosos do período pré-renascentista, pois ate essa fase histórica pouco se sabia sobre o corpo humano e muito menos ainda sobre o corpo da mulher. Apenas por volta do século dezessete, aproximadamente, com a revolução cientifica e a influencia fundamental do pensamento de Descartes passou-se a dissecar os cadáveres e estudá-lo por dentro, isto é, só a partir desse momento a anatomia do corpo humano foi desvendada aos estudantes de medicina e isso representou uma revolução para diversas áreas da ciência.
Quando entramos no campo da sexualidade humana, não é diferente o que acontecia pois, estudar a sexualidade em um período dominado pelo pensamento da igreja católica era algo muito complicado, sendo mais difícil ainda quando se tentava estudar a mulher nesse particular.
Ligia Bellini em seu livro a coisa obscura: mulher, sodomia e inquisição no Brasil colonial, mostra alguns casos de processos contra mulheres acusadas de sodomia durante o período da primeira visita da inquisição no Brasil colonial por volta de 1591 até 1595 e relata que a tradição da igreja considerava a sodomia um “pecado mudo”, ou seja, detestável demais para ser mencionado, tanto nas leis da igreja, quanto nas leis seculares. As pessoas acusadas desse crime teriam cometido semelhante pecado incitadas pelo próprio demônio. A partir do período renascentista o foco começa a mudar e o pecado é atribuído ao próprio pecador e não mais ao demônio. A pessoa que comete o crime nefando é que tem a propensão para o vicio.
Diante das denúncias feitas por testemunhas aos inquisidores, uma questão os intrigava e continuaria sem resposta durante todo período da visita inquisitorial à colônia portuguesa: como atribuir às mulheres o crime de sodomia?
Não tendo condições de provar ainda que as mulheres eram realmente culpadas, os inquisidores muitas das vezes faziam vistas grosas pra tais casos e não podiam, dessa forma, prescrever uma punição adequada. Só bem mais tarde (cerca de um século depois) a pergunta acima teria uma resposta que hoje nos parece um tanto inusitada, mas essa era a concepção que se tinha na época sobre esse assunto. A explicação encontra-se no livro de Ligia Bellini, sendo uma citação da visão Luigi-Maria Sinistrari sobre o assunto:
“No corpo feminino se encontra uma parte que os anatomistas chamam “clitóris”. Esta parte é composta dos mesmos elementos que o pênis do homem, isto é, de raízes, artérias, carne, etc. (...) Se encontra em todas as mulheres, mas nem todas o possuem descobertos ou o fazem para sair para fora do vaso do pudor: se percebe somente uma pequena protuberância nesse lugar do corpo da mulher onde se esconde o clitóris; e esta proeminência pode sair mais para fora das partes vizinhas se, por efeito de excitação venérea, o membro em questão estiver inchado interiormente”.
Com isso, somente se uma mulher possuísse um clitóris nessas condições poderia deflorar outra e chegar até a cometer a sodomia. Então, mesmo não sendo em vaso impróprio, a sodomia poderia dar-se entre duas mulheres se ela utilizasse o clitóris, possuindo um membro de acordo com as condições descritas anteriormente, para penetrar a outra, já que esse tipo de coito não seguia geração. Segundo esses critérios, a mulher poderia cometer a sodomia com outro sexo, no vaso anterior ou posterior de uma mulher e também no vaso posterior de um homem. As mulheres com o clitóris mais desenvolvido estavam mais aptas às tentações carnais e aquele passava a ser a prova do crime.
2 comentários:
Muito legal...uma aula sobe história das mulheres. Adorei.
A mulher foi estiguimatizada pela igreja e ainda é até até os dias atuais.
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