sábado, 19 de dezembro de 2009

NATAL e SOLIDARIEDADE...

Natal e solidariedade

Com a chegada do fim de ano, uma atmosféra de entusiasmo toma conta de todos e grande é a azafama de pessoas ávidas de comprar os presentes, sempre tendo o cuidado para não se esquecerem de ninguém.
Mas será de que não estamos reamente nos esquecendo de ninguém?
O Natal surge como o aniversário do nascimento de Jesus Cristo, sendo atualmente uma das comemorações mais importantes celebrada em todos os países de influência cristã.

Inicialmente, a Igreja Católica não comemorava o Natal. Foi em meados do século IV D.C. que se começou a festejar o nascimento do Menino Jesus, tendo o Papa Júlio I fixado a data no dia 25 de Dezembro, já que se desconhece a verdadeira data do nascimento de Jesus.

A pegunta feita acima não é sem cabimento, pois o que mais acontece nos dias atuais é nos esquecermos justamente daquele que é, simbolicante, o aniversariante do dia, ou seja, o natal comemora o aniversário de Jesus e nós, muitas vezes, sequer lembramos desse fato.
Todos nós merecemos esses momentos em família (quem as têm), essa confraternização com os nossos entes queridos, essa união que nos leva algumas vezes (senão todas) a cometer excessos. Excedermos-nos um pouco é até permitido nessa época pois, afinal, estamos festejando o que pode ter sido um ano de sucesso e igualmente de muito trabalho e consequentemente de estresse, mas que foi superado com o concurso da nossa vontade persistente.

Por tudo isso, que façamos sim as nossas festas, que festejemos mais um ano que se passou e blindemos a chegada do ano vindouro, mas que possamos refletir um pouco naqueles que não têm o que comer, não tem uma família e não possuem um teto para se abrigar.

Enfim, se colocarmos esse assunto como objeto das nossas reflexões, logo estaremos agindo para diminuir o sofrimento dos nossos irmãos menos afortunados e, dessa forma, poderemos dar ao natal o seu sentido verdadeiro, pois o próprio mestre Jesus ficará muito satisfeito conosco, já que a essência da vida para ele consistiu na caridade. O amor ao próximo pregado por Jesus pode ser materializado na caridade.
Se seguirmos esse ensinamento do mestre maior, nos engrandeceremos e faremos um natal verdadeiramente cristão e fraterno. Jesus estará conosco e sentir-se-á verdadeiramente homenageado.

Francisco Lima

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

É PRECISO UNIÃO DE ESFORÇOS PARA SUPERAR O CAOS...

É preciso união de esforços para superar o caos.

Para se fugir das turmas superlotadas é preciso ter criatividade. Não é possível dar uma aula decente em turmas que podem chegar a sessenta alunos ou até mais em determinados casos, pois a política oficial é não dispensar alunos, “evitar a exclusão.” Mas será que este “tipo de inclusão” é realmente o melhor caminho? Sem dúvida que não, pois se o professor não consegue trabalhar adequadamente nessas condições a contrapartida obvia é que os alunos também sofram as consequências dessa situação não tendo aulas de qualidade, não participando como deveriam desse processo dialético, que como tal deve ser de mão dupla, isto é deve primar pelo dialogo professor-aluno e traduzir-se no binômio ensinar-aprender sem a hierarquia rígida tradicional que coloca cada um dos atores em seus devidos lugares, sendo o professor o detentor dos conhecimentos e o aluno um passivo e agradecido paciente que recebe as prescrições do seu mestre. Enfim, esse processo não pode resumir-se ao que Paulo Freire designou de educação bancaria.

Essa inclusão às avessas acaba comprometendo de forma grave a formação dos discentes e pode gerar consequências indeléveis para a vida deles. Ou seja, a tão propalada inclusão acaba não se configurando na prática após a formação desses alunos e eles se deparam com um mundo cada vez mais competitivo e exigente que lhes cobra múltiplas habilidades e competências, palavras que estão na ordem do dia, mas que para esses jovens significa um esforço de adaptação que muitas vezes esbarra na falta de base de uma formação deficiente. Aqueles que se mostrarem mais hábeis acabam se adaptando na marra se quiserem realmente ser inseridos na sociedade da informação, no mundo globalizado.

Enquanto o estado não investir na expansão da educação básica, principalmente construindo mais escolas em localidades onde há muita carência essa distorção vai continuar e a inclusão de fato não vai acontecer para muitos jovens, especialmente os residentes em localidades mais carentes. No entanto, enquanto as políticas governamentais não chegam a concretizar-se, é possível minimizar as consequências desse problema com ideias criativas, mas que não podem ser vistas como soluções, pois elas só serão exequíveis com a concordância e a participação de todos, tanto dos professores, quanto de toda a comunidade escolar. Da contribuição de todas as partes vai depender o sucesso de qualquer empreitada.

Francisco Lima

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

UMA NAÇÃO EM FESTA...

Uma “nação” em festa
A grande massa rubro negra que costuma se autodenominar nação está transbordando de alegria. Talvez devido ao fanatismo dessa torcida que faz do ato de torcer um verdadeiro auto de fé, que se entrelaça algumas vezes com a religiosidade dita popular, característica desse povo sofrido. Pode ser também pela observação mais atenta de algum estudioso de “sangue rubro negro” que ao sentir a emoção da arquibancada na torcida do mengão, percebeu que aquilo era algo impar, que nenhuma outra torcida, de qualquer outro clube ou espetáculo mundo afora, poderia proporcionar emoções tão fortes e, ao mesmo tempo, tão peculiares. Quem sabe não são essas as razões para se atribuir laços identitários a essa torcida tão maravilhosa? Quem sabe não exista nenhuma razão especial, sendo tudo isso apenas um movimento espontâneo da coletividade rubro negra? Todas essas coisas não importam , são apenas divagações, mas que somente quem é rubro negro pode entender, isto é, aqueles que não fazem parte dessa grande massa não conseguirão apreender as divagações de um rubro negro que, ao que parece, já não dá conta das coisas que fala, pois se encontra “totalmente embriagado... de felicidade.”


Para a grande torcida rubro negra essa segunda feira será uma espécie de meio feriado, pois quase ninguém vai se concentrar direito nos seus afazeres, comentando o tempo todo a façanha de um time que partiu do descrédito para a gloria. Time esse que foi considerado por muitos como “cavalo paraguaio, “ que não teria chances de encarar os então “grandes favoritos” como São Paulo, Palmeiras, internacional...para citar apenas alguns. Aliás, o time do palestra Itália foi a maior decepção desse campeonato, saindo de uma liderança folgada e absoluta, do titulo praticamente certo para a decepção de não conseguir sequer a classificação para a libertadores. Que grande frustração para essa torcida!! Mas, voltemos ao FLAMENGO, que é o que importa nesse momento! A torcida do mengão merece essa alegria depois de 17 anos sem uma conquista nacional, o titulo foi merecido e conquistado a duras penas e terá como uma das conseqüências a valorização de muitos profissionais que estavam quase no ostracismo, como Álvaro, Maldonado entre outros e também dará o devido valor a outros que há muito vem se destacando com a camisa do Flamengo. O grande destaque dessa campanha épica, entretanto, na minha opinião é o treinador Andrade. Ele soube extrair o máximo de cada jogador com seu jeito humilde de ser que sabe como lidar com cada jogador individualmente. Dessa forma, foi corrigindo eventuais defeitos e aprimorando as qualidades que cada atleta já possuía. O seu jeito de bom mineirinho e mais o fato de conhecer bem a linguagem do futebol, por já ter estado nas quatro linhas por muito tempo, aliado a identificação que possui com o flamengo e o trato respeitoso com os jogadores, levaram-no a lograr êxito mesmo contra a opinião de muitas pessoas que não o consideravam capaz de ser treinador de um time como o do flamengo. Ele provou que é capaz e eu acho que outro treinador de renome não teria conseguido chegar tão longe no comando do flamengo com o mesmo time que foi colocado à disposição do Andrade. Por isso, eu acho que o Andrade, sem negar a importância de todo o grupo, merece toda a reverencia pela conquista desse titulo.

domingo, 29 de novembro de 2009

REFLEXÕES ACERCA DO TRABALHO DOCENTE...

Reflexões acerca do trabalho docente

Para se fazer um bom trabalho docente é preciso engajamento e eu observo que a quase ausência desse fator, em muitos casos, pode estar levando a uma situação em que, nós, os professores fazemos nosso trabalho sem muitos compromissos com os alunos, com a comunidade escolar na qual estamos inseridos e voltamos para o nosso mundo sem nos darmos conta de que podemos estar “cavando um abismo” ou “construindo um muro de grandes proporções” entre nós e a comunidade escolar da qual devíamos ser uma parte indissociável.

Mas, não somos nós, os professores, que temos que arcar com esse ônus tão pesado. Estamos à deriva nesse barco e somos, assim como os alunos em maior proporção, afetados pelo descaso de décadas praticamente sem políticas publicas efetivas voltadas para a área de educação. O pouco engajamento de muitos docentes, e o meu caso é um deles, é muitas vezes justificado pelo fato de fazermos jornadas duplas, às vezes tripla, para sobrevivermos. Há muitos mestres que gostariam de ter tempo para se dedicar melhor ao seu oficio, que amam a profissão e fazem questão de deixar isso claro. Muitos, que apesar dos desencantos, das ilusões e as muitas dificuldades encontradas em salas superlotadas e a falta das condições mínimas para exercerem o seu oficio com dignidade, acreditam que dias melhores virão. Alguns porem, não esperam acontecer e já estão, como diria Vandré, fazendo a hora, isto é, fazendo o que podem, na medida do possível para mudar a realidade a seu redor.

Entrementes, ainda que não tenhamos que carregar toda a culpa da situação vigente (e não temos), em muitos casos, podemos tentar fazer mais, e eu me incluo nesses casos, fazendo uma mea culpa. Fazer o “possível” as vezes não é suficiente, pois se nos engajarmos mais poderemos fazer o que até então era considerado “impossível.” Sabemos que o desafio é grande, que as autoridades políticas precisam fazer muito mais que utilizar a educação como plataforma de governo para se elegerem.
A educação deve ser tratada com seriedade, pois é o caminho único e sem atalho para levar um Pais a um progresso sustentável. O nosso país está vivendo uma crise de mão de obra qualificada, fruto desse descaso de décadas, pois, com eu já disse, não se pode fazer objeto de retórica com um assunto tão serio e de importância capital para qualquer nação. Nós, professores, podemos protagonizar essa grande mudança começando o nosso trabalho de formiguinha dentro das comunidades escolares nas quais estamos inseridos. O ideal é que pudéssemos nos dedicar exclusivamente a uma escola, mas, como ainda não há condições para isso, que sejamos os “heróis anônimos” e façamos a nossa parte nesse grande processo.
Francisco Lima

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A NOVA PROVA DO ENEM...

Nova prova do ENEM

A mudança do modelo da prova do ENEM centrada agora em áreas e não mais em disciplinas, pode trazer alterações na educação básica, especialmente, a principio, no ensino médio. As novidades são a divisão da prova em áreas distintas como: matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Deverão ser 50 questões para cada uma dessas áreas.Há a possibilidade, porém de uma mesma pergunta incluir, ao mesmo tempo, temas de história e geografia, de biologia e química ou de literatura e compreensão de linguagem. Especialistas afirmam que esse novo modelo exigirá dos estudantes conhecimento, raciocínio e, principalmente, capacidade de relacionar temas para chegar à resposta correta. Modelos de questões mostram que o novo Enem será não apenas mais longo, mas bem mais complexo. “No Enem atual, o aluno não precisa, por exemplo, saber ciências. Uma pessoa que lê bastante pode ter um bom resultado”, explica o presidente do INEP, Reynaldo Fernandes. “O novo exige mais conhecimento de conteúdo.”

Por tudo que foi exposto acima, acredito que pode haver, a principio, uma elitização do acesso ao ensino superior, pois a prova do ENEM continuará servindo como critério para o ingresso nas universidades particulares com a concessão de bolsas para os alunos mais bem colocados através do programa PRO-UNI, além também de ser usada por diversas universidades publicas pelo País afora. Agora somente aqueles que tiveram acesso a uma educação de qualidade ou se dedicarem bastante poderão alcançar o objetivo de conseguir a bolsa do PRO-UNI ou passar em uma das universidades publicas que adotarem o novo modelo.

De acordo com algumas pessoas ligadas a área de educação o objetivo principal desse novo modelo de avaliação integrado é a otimização das estruturas do vestibular e das Universidades. Nesse sentido, a falsa mobilidade prometida pela possibilidade de o candidato inscrever-se para cinco cursos diferentes, nada mais seria na verdade, do quê garantir que o maior número possível de vagas seja preenchido ao fim do processo unificado. Quer dizer, não importa se o aluno sonhou a vida inteira em ser engenheiro civil. Na sinuca do vestibular ele poderá ser encaçapado no curso de psicologia de uma outra instituição, onde, por ventura, os recursos não estejam sendo utilizados de forma "otimizada".

Apesar das opiniões divergentes, segundo o MEC, um dos principais objetivos com a proposta do novo Enem é reorientar o currículo do ensino médio, aproximando mais os conteúdos da realidade social dos alunos, isto é, as disciplinas isoladas não mais existiram da maneira como estão e passariam a ser trabalhadas de forma integrada com outras da mesma área, tal como é a proposta da nova avaliação do ENEM. Se o objetivo de tal proposta tiver realmente o intuito de melhorar a educação básica, pode e deve merecer todo o apoio da sociedade. Agora mais do que nunca a educação básica precisará melhorar para acompanhar as mudanças impostas verticalmente pelo novo modelo do ENEM. Mas é necessário que haja investimento para que as coisas aconteçam sem o que nada sairá da mesmice.

Em suma, quem acompanha a situação de perto, pelo menos no que tange aos alunos do ensino médio do estado do Rio de Janeiro sabe que a maioria desses alunos não têm condições de passar em uma prova com o grau de dificuldade da nova prova do ENEM. Na antiga o grau de dificuldade era bem menor. Por isso, será preciso muito mais que imposição vinda de cima e mudança no currículo. Serão necessários investimentos para que se dêem, em muitos casos, as condições mínimas de trabalho para que os professores possam acompanhar esse novo contexto e desenvolver um trabalho digno com seus alunos.

Francisco Lima

domingo, 25 de outubro de 2009

“Neurosex” da pós-modernidade...

“Neurosex” da pós-modernidade

Estava refletindo sobre um fato que ocorre com muitos casais e que para mim é um tanto quanto inusitado. O “problema” é muito mais comum do que possamos imaginar segundo os especialistas no assunto e, de acordo com carmita abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC), em alguns casos, ele é conseqüência da vida contemporânea, com dupla jornada de trabalho, estresse da rotina, falta de tempo e preocupações", diz a psiquiatra. Já podemos deduzir que o assunto que me inspirou a escrever essas linhas tem a ver com alguma questão ligada a área sexual. Quem seguiu por essa linha de raciocínio está correto, pois é exatamente o sexo o tema da minha reflexão, ou melhor a falta dele.
Casamentos sem sexo
Conheço muitos casos em que as pessoas (quase sempre mulheres), influenciadas por uma visão supostamente religiosa ou para camuflar a falta de desejo sexual, diziam acreditar que o sexo era para procriar, ter filhos. Isso parece irreal, mas não é, pois conheço casos muito próximos a mim de pessoas que passaram por esse tipo de problema que tornaram-se publico para um circulo mais intimo. Há também relatos de casais que, impedidos de ter filhos devido à esterilidade sexual de uma das partes, optaram também pela castidade sexual, já que estariam em pecado se praticassem sexo sem que pudessem procriar. Ou seja, para essa visão deturpada da realidade, ancorada em uma “concepção religiosa”, o prazer em si seria pecaminoso.
O que está relatado acima são casos excepcionais que talvez não sejam tão freqüentes atualmente, mas nos dias de hoje, ocorrem muitos casos de pessoas que se casam e simplesmente não fazem sexo. Isso mesmo, casais que, devido à “indiferença sexual” de um dos parceiros simplesmente ficam anos sem ter sequer uma relação sexual. Em uma reportagem no portal terra há um relato de uma moça que casou e ficou os primeiros seis anos sem uma relação sexual com o marido. Dá para acreditar em uma coisa dessas! A lua de mel (a melhor parte) simplesmente não aconteceu! Ela teve que praticar o “sexo solitário” por muitos anos até que não agüentou e largou o marido com nove anos de casamento. Esperou tempo demais para tomar esta decisão, pois, sem sexo, nove anos é uma eternidade.
Na mesma reportagem do portal terra a psicóloga e sexóloga Carla Cecarello, coordenadora do Projeto AmbSex (Ambulatório de Sexualidade), de São Paulo, ressalta que o casal que chega a uma situação de ausência de sexo no casamento, nunca teve uma vida sexual satisfatória ou não tinha cumplicidade e intimidade naturalmente. "A falta de sexo não acontece de uma hora para outra. É uma conseqüência de ações e reações ao longo dos anos", diz. E de acordo com a mesma especialista razões não faltam para dar continuidade a um casamento sem sexo. "Mexer nessa situação é, no mínimo, desgastante. Por isso, muitos preferem sublimar a sexualidade", afirma Marzano. Conveniência, filhos, interesses financeiros, status social ou político são fatores levados em conta para continuar uma relação sem sexo.
Em suma, pelo exposto dá para se ter uma idéia de que há algo de muito sério com os casamentos modernos. Em minha opinião, casamento sem sexo é algo inconcebível. É no mínimo estranho que um casal jovem não sinta atração sexual pelo seu parceiro ou parceira e relegue a relação sexual para ultimo plano. Quando existe o problema da relação ter esfriado devido ao cansaço do trabalho domestico, de a mulher ter que dar conta de cuidar dos filhos, da casa e ainda trabalhar fora dá para entender. A chama existe e pode ser acesa a qualquer momento. Agora, um casal jovem, sem filhos e sem desejo um pelo outro ou de uma das partes, ai existe um problema que precisa ser resolvido. Do contrário, se a falta de desejo for unilateral, o casamento pode não sobreviver muito tempo. Acredito que muitas separações tem relação direta com esse problema, pois geralmente, um dos parceiros acaba fazendo o sacrifício da renuncia para evitar problemas com o parceiro. Um dia não agüenta e acaba dando um basta na situação. Mas eu creio também que devido a esse problema, muita gente acaba buscando outros parceiros fora do casamento. Para que não se precise chegar a esse ponto, siga o conselho dos especialistas, segundo os quais:
“a primeira providência é conversar, a segunda é ir ao médico para descartar problemas físicos e a terceira é fazer terapia sexual".
Siga esses conselhos para não se privar de uma coisa tão boa e “sublime” como é o sexo e viva em plenitude ou descubra a satisfação e o prazer oriundos da relação sexual.

Francisco Lima

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MAIS DO MESMO: UMA REFLEXÃO SOBRE A POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO...

Um vídeo com o desfecho de um assalto sofrido pelo coordenador do Afro Reggae Evandro João da Silva, mostra imagens que revelam a omissão da polícia no socorro à vítima e indicam que os policiais podem ter liberado os suspeitos e ficado com os objetos roubados. Sendo que a polícia agora investiga os policiais que participaram da ação, que não resultou em nenhum preso. Analisando a atitude dos policias militares que são mostrados no vídeo em questão comecei a pensar no fato de que semelhante situação, lamentavelmente, é muito mais comum do que nós gostaríamos de acreditar. Queria muito de poder estar aqui defendendo a competência, a bravura, o heroísmo etc. da nossa policia, mas infelizmente muitos fatos, que parecem estar virando rotina, me levam a criticar o comportamento de muitos desses policiais que absolutamente, ao que tudo indica, não possuem dignidade e em muitos casos nem honestidade para exercer essa função tão importante para a sociedade como um todo. Talvez muitos hajam dessa maneira pois sabem de antemão que dificilmente serão punidos ou até mesmo tem a certeza da impunidade.
É muito comum ouvir-se que a solução milagrosa para equacionar essa situação seja melhorar os salários dos policiais, remunerá-los bem para dar-lhes dignidade. Concordo plenamente que a policia tenha que ser bem remunerada, sendo essa uma condição sine qua non para que pudesse haver melhorias no futuro, mas, infelizmente, os muitos casos de desvios de conduta, de policiais que praticam os mesmos crimes que os bandidos (confundindo-se como com esses últimos ) fazendo seqüestros, assaltos a bancos e muitos outros crimes, não nos dão muitas esperanças. Há relatos em livros (as cores de acari mostra alguns fatos desse tipo) de que policiais seqüestram membros das famílias dos bandidos ou mesmo os próprios bandidos conseguindo como resgates somas significativas ou matando as vitimas quando não recebem a quantia pedida. Todas essas coisas me levam a ficar totalmente séptico no fato de que apenas um aumento de salário resolveria esse grave problema. Acredito que a situação chegou a tal ponto que não há como se esperar melhorias significativas se não houver uma “limpeza” ampla com punições severas a qualquer desvio de policiais. Creio que sem uma reformulação radical nos quadros da policia, especialmente da policia militar, não haverá soluções mágicas para contornar uma situação tão caótica.
As imagens mostradas na televisão mostram o que muitos de nós, lamentavelmente, já estamos acostumados a ver no dia a dia, especialmente os moradores das chamadas comunidades que cansam de ver os conluios entre policiais e bandidos, algo já tão comum nessas regiões que já tem até um jargão especifico para o designar, arrego e a palavra de ordem. Se não tiver arrego, pode haver confronto, algo que não interessa a nenhuma das partes. Em suma, só espero que os nossos filhos e netos tenham a sorte de encontrar uma situação melhor, pois a curto e médio prazo, em minha opinião, não podemos esperar grandes melhorias.

Francisco Lima

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

POESIA SENSUAL....

Poesia sensual.

Contemplar-te a dormir nua,
não tem espetáculo igual,
ver o seu corpo moreno,
sua pele macia é algo sensacional,
que me deixa extático, me inebria.
Você me leva a um delírio sensual,
Pois não há nada igual
a esse espetáculo lindo que é ver você,
mesmo sem o querer,
esbanjando sensualidade,
levando-me quase à loucura de tanta vontade.
Não dá para ficar imune
ao ver semelhante cena,
não agüentarei muito tempo
para satisfazer essa sede de prazer.
Mesmo que tenha que quebrar o encanto,
cometer um disparate, fazendo uma imensa maldade,
a atrocidade de acabar com seu repouso,
com o único intuito de satisfazer minha vontade animal,
minha sede egoística de gozo.

Francisco Lima

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O ESTADO E AS COMUNIDADES CARENTES...

O estado e as comunidades carentes
Estava vendo um vídeo de uma reportagem sobre uma festa promovida pelo tráfico numa favela em Diadema, São Paulo e observei que no evento em questão havia de tudo em abundancia, desde carne e cerveja até drogas como cocaína e maconha que eram servidos “self-service”. Um promotor de justiça disse que os promotores da festa tentavam vender a imagem de que o poder público esteve sempre ausente e que eles (os traficantes) é que ocupariam esse vazio deixado por essa ausência. Cabe-nos então uma pergunta: será que o estado está sempre presente, da maneira que deveria, nessas localidades? Gostaria muito de responder positivamente a esse questionamento, mas infelizmente a realidade me impede de fazê-lo. É notória a ausência do poder público na maioria das comunidades carentes e quando sua presença é sentida geralmente é o aparelho policial que se faz presente e quase sempre de forma coercitiva e com uso abusivo da violência e, não raro, fazendo vítimas inocentes nessa guerra sem fim.
Pensando um pouco nessa questão da violência policial me veio à cabeça um conceito que é muito debatido nos meios acadêmicos e que eu não pude deixar de associá-lo ao que acontece nessa relação policia ou Estado x comunidades carentes. Refiro-me à legitimidade e acho que muitas das vezes esta relação pautada na violência não cria a empatia e outros elementos necessários para tornarem o laço entre essas comunidades e o estado algo duradouro, sendo que na maior parte das vezes o estado está personalizado no aparelho policial, pois sabemos que nesses locais a falta infra-estrutura, de saneamento básico, educação e saúde de boa qualidade entre outras coisas fazem com que essas populações se sintam abandonadas pelo estado. De acordo com o etnólogo Frances Georges Balandier: “O poder estabelecido unicamente sobre a força ou sobre a violência não controlada teria uma existência constantemente ameaçada [...] ele só se realiza e conserva pela transposição, pela produção de imagens, pela manipulação de símbolos e sua organização em um quadro cerimonial”. Pelo exposto, nota-se que é urgente que o estado mude a sua imagem junto a essas populações.
Em muitas comunidades cariocas a ausência do estado criou mitos em torno da figura de muitos traficantes que souberam manipular habilmente o imaginário do povo e ao mesmo tempo estavam presentes nos momentos mais difíceis, socorrendo-os nas mais diversas necessidades. Dois exemplos disso são os traficantes Tonicão e Jorge Luis, ambos da favela de Acari e que comandaram o trafico de drogas naquela região na metade dos anos noventa. O primeiro teria entrado para o trafico por ter visto a sua família assassinada pela policia e quando se tornou chefe, segundo os moradores, botou moral na favela. Os “viciados” tinham o seu local próprio (dentro mato) para consumir a droga e, se alguém fosse pego urinando perto de senhoras sofreria uma punição rigorosa. Ele tinha o costume também passear pela comunidade mandando as crianças irem para a escola, chamando atenção dos pais, obrigando-os a fazer a matricula dos seus filhos com punições em caso de reincidência e dissolvia rodinhas de bate-papo formadas por mulheres alegando que ali “era o nascedouro de todas as fofocas. Não admitia, em hipótese alguma, crianças trabalhando no tráfico e promovia festas para os moradores em datas festivas. Por essas e outras razões, tornou-se uma unamidade entre os moradores que não o consideravam bandido, pois ele só fazia que fosse justo e correto de acordo com a opinião de toda a comunidade. Jorge Luis, que o sucedera adotou a mesma linha de atuação e, segundo consta, era enfermeiro, mas reza a lenda que ele se revoltou e entrou para o tráfico porque um dia, quando saía de madrugada de casa para o trabalho, foi parado pela polícia e tomou várias tapas na cara. Ele não conseguiu a mesma notoriedade do seu antecessor e ex-chefe, mas a sua política assistencialista deixa muitos moradores de Acari saudosos “dos tempos do Jorge Luis”.

O relatado acima se repete em muitas outras comunidades e esses chefes acabam se legitimando por criarem historias que dão conta da fatalidade que envolve suas vidas. Isto é, eles acabaram entrando para o trafico sempre motivados por uma ou outra circunstancia que quase sempre está associada à violência policial. Eles tiveram “motivos justos” para entrar para a atividade criminosa. Nesse sentido, passam a ser vistos não mais como criminosos e sim como alguém que “foi obrigado” a seguir esse caminho para fazer justiça. A ausência do estado e a violência policial acabam sendo habilmente utilizadas por esses chefes, que se apresentam como justos e corretos, satisfazendo, na medida do possível, algumas necessidades básicas dessa população carente de quase tudo. Assim, catalisam a seu favor todo o descaso de um estado omisso e o despreparo de uma policia que tenta se impor pela violência. Com certeza, não é esse o caminho e é necessária a busca de outra estratégia com urgência.

sábado, 5 de setembro de 2009

A RELIGIÃO TEM QUE SER VIVENCIADA COM EXEMPLOS...


São inacreditáveis as barbaridades que se fazem em nome da religião. Os ensinamentos daquele que era para ser o modelo para todas as religiões cristãs foram totalmente esquecidos faz bastante tempo. Grande parte das denominações religiosas não é mais que uma forma, talvez mais rápida e fácil, de enriquecer os seus principais líderes, ou seja, em muitos casos a religião está virando uma espécie de comercio, mas um comércio diferente onde não se compra nada de material, mas adquiri-se, supostamente, um passaporte para o céu e essa “viagem” pode ser em classe econômica ou especial, dependendo do poder aquisitivo de cada fiel.

Mas, falando um pouco mais serio é bastante difícil de encontrarmos religiões onde não há pessoas preocupadas com a vida alheia, procurando motivos para criticar seu “irmão ou irmã” que está com a mesma roupa que estivera no ultimo encontro. Esses “irmãos têm o único intuito de achar motivos para se divertir às custas alheias e futilidades desse tipo não deveriam existir em um ambiente onde, em tese, todos deveriam buscar o crescimento interior. Trocando em miúdos, nem todas as pessoas que estão numa casa religiosa, seja ela uma igreja centro espírita ou qualquer outro templo destinado a prática religiosa, têm em mente propósitos mais sérios, fazendo da religião uma extensão da rua onde predominam a intriga e a fofoca. A religião nesse sentido, para essas pessoas, é mais uma forma de entretenimento, onde se podem colocar as fofocas em dia, falar das novidades que quase sempre envolvem algum “amigo em comum”.

Tá bom vamos dar um desconto, pois estamos falando de seres humanos e quase todos tem os seus defeitos e eu não escondo que também tenho os meus, pois cá estou também a falar dos defeitos alheios e escondendo as muitas mazelas que me dizem respeito e que só quem convive comigo de perto conhece um pouco delas. Um pouco, pois eu procuro escondê-las como a maioria dos seres humanos o fazem. Entrementes, ainda que incorra no engano de criticar os mesmos erros que hora cometo, o faço com a melhor das intenções, mesmo sabendo que o inferno anda cheio de gente com boas intenções, uso essa prerrogativa para fazê-lo. E o farei porque acredito que a religião deveria ser o espaço para nos despojarmos das nossas mazelas, um espaço para refletirmos e buscarmos nos aproximar cada vez mais do criador, pelo menos se fossemos agir conforme indica a etimologia da palavra “religião” que significa ligar novamente, ou simplesmente religar, isto é, a religião seria o espaço para nos ligarmos novamente ao criador de todas as coisas. Mas, aparentemente não é isso o que vem acontecendo.

Observando o comportamento de muitas pessoas que frequentam as mais diversas religiões, vemos que é muito comum que esses fiéis julguem que somente a sua religião é portadora da verdade absoluta. As demais religiões seriam um engodo e muitas dessas pessoas se julgam tão podereosas e tão prepotentes e confiantes no poder que emana da sua religião, especialemente no caso de muitos católicos, que todas as demais denominações relogiosas tranformam-se em seitas. Em um belo trabalho realizado na favela de Acari entitulado “As cores de Acari” e que serviu como sua tese de doutorado o antropólogo Marcos Alvito fez uma excelente etinografia daquela comunidade. Quando partiu para o estudo das religiões, as evangélicas tiveram um destaque especial por serem mais numerosas na comunidade. Essas religiões são divididas em pentecostais, neopentecostais, historicas etc. Nas entrevistas, ele pôde observar que todas elas tem a sua estratégia prórpia para atrair os fieis, mas quase não há exceção quando o assunto são as outras denominações, pois quase todos os lideres sempre encontram muitos motivos para criticar os seus “colegas”.
Entrevistando um pastor da assembleia Deus, que é a igreja mais rigorosa em muitos aspectos, observou o pesquisador que o referido lider religioso ocupou muito do seu tempo em criticar as “outras religiões evangélicas”, principlamente no que ele (o pastor)considerava a pequenês das outras religiões, ou seja a pobreza da qual não sairiam nunca na opinião dele e ressaltou que: Para ser bom pastor tem que ser igual a ele consagrado na igreja matriz da sua denominação, sendo que todos os que fizerem difrente do que ele faz(no tocante aos cultos) irão prestar contas no juízo final, ou seja, o céu pode estar reservado apenas para ele e os seus pares.

Mas unanimidade negativa, no entanto, são os chamados “macumbeiros”.Esses, definitivamente são os alvos preferidos de quase todas as religiões, especialmente as chamadas evangélicas, que elegeram os irmãos praticantes dos cultos afro-brasileiros como bodes espiatórios e quase todas as vezes que vão fazer referência à figura mítica do demônio(talvez o nome mais falado em muitos cultos evangélicos) o associam automaticamente aos cultos de origem africana. Ficando apenas por aqui, dá para se ter uma idéia de um dos motivos que levam tantos féis a tecer críticas e fazer intrigas, usando a igreja ou qualquer outra “casa religosa” como espaço de convivencia social, mas que não contribui para a elevação do espírito, sendo que em muitos casos não há a verdadeira sociabilidade, a solidariedade e, principalmente, o desejo de mudança interior. Pode-se creditar essa situação, em parte, aos exemplos vindos de cima, isto é, ao fato de muitos líderes religiosos não darem os exemplos que derveriam para que sirvam de espelhos para os seus fiéis.

Francisco Lima

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SERÁ QUE ESTAMOS FAZENDO A NOSSA PARTE...?


Estamos vivendo um momento em que o ceticismo atormenta muita gente, o que pode ser atribuído em parte ao fato de as coisas se tornarem obsoletas “num piscar de olhos”, isto é, nada mais existe de duradouro e a transitoriedade passou a ser um conceito que pode ser aplicado a quase todas as coisas e mercadorias de uso corrente. Nesse contexto, um aparelho eletrônico qualquer, que é o top de linha de hoje “vira lixo no dia seguinte”, numa torrente que arrasta a quase todos com poucas exceções à busca desesperada pelo ter, pela aquisição do celular que é o tudo de bom da vez, do mp3, mp4, mp5.....mp200.... Enfim, mp ao infinito. Não há limites para essa febre que alcança a todas as idades, pois as crianças já nascem consumistas e aprendem desde cedo com a televisão a conjugar o seu primeiro verbo: comprar. Essa é talvez a primeira palavra aprendida pela quase totalidade das crianças que são submetidas diariamente a esse bombardeio que são os intervalos comerciais da televisão, especialmente nos canais de programação infantil. O mais preocupante, porém é que não são apenas as mercadorias, as tecnologias e etc. que passam sem nos darmos conta disso...

Voltando ao que eu ia dizendo no parágrafo anterior e fui interrompido pelas minhas divagações: junto com toda essa febre de consumo em que tudo é transitório, me parece que também se tornaram transitórios, igualmente efêmeros, os sentimentos que os seres humanos nutrem uns pelos outros. O interesse, a meu ver, move as relações humanas modernas e todos só valem pelo que tem e não mais pelo que são. O ter é o verbo da moda, enquanto o ser vai tornando-se cada vez mais obsoleto. Será isso uma conseqüência desses novos tempos? Pode ser...
Junto a toda essa degradação dos sentimentos que na sociedade moderna se tornaram tão descartáveis como os objetos que compramos, vem à reboque um fenômeno que tem sobre a sociedade conseqüências ainda mais drásticas. Estou falando da atual ausência de valores e do fato de muitas pessoas sequer saberem o significado da palavra ética. Para muitos, não existe nenhum problema em comprarem um objeto muito mais barato que o seu preço normal de alguém que, der repente o aborda na rua, sendo que se esse mesmo objeto se fosse comprado numa loja teria direito a nota fiscal e a garantia que são devidos a todo cidadão. Para essas pessoas, pouco importa a origem do bem adquirido, importando somente a vantagem que eventualmente possam ter com esse tipo de transação. Se pensassem um pouco no que pode significar uma atitude como essa, se refletissem apenas um pouquinho chegariam à conclusão de que existe a hipótese de estarem comprando objetos de origem ilícita e dessa forma, estimulando o crime, dando fôlego a diversos tipos de ações criminosas.

Por incrível que pareça, ouço muitas pessoas que se julgam muito honestas e atitudes como as descritas acima são comumente por elas praticadas e consideradas como algo absolutamente normal. São as mesmas pessoas que subornam policiais para se livrar de uma eventual multa e acham isso uma atitude corriqueira, que não afetará em nada a sua integridade de “cidadão honesto” e cumpridor dos seus deveres. São tidos como modelos e dizem que ninguém jamais poderá levantar qualquer suspeita contra eles, pois nunca fugiram do padrão de honestidade que consideram normal em nossa sociedade. Ai é que mora o perigo! São esses “pequenos desvios” que acabam criando uma bola de neve. Não podemos cobrar dos nossos filhos e até mesmo dos políticos que elegemos atitudes incompatíveis com o nosso modo de agir no dia a dia. Temos que ser verdadeiramente cidadãos exemplares e não apenas fazer de tudo para que pareçamos como tais.

Sabemos que é grande a tentação de cairmos nas armadilhas que encontramos quando se nos afigura mais fácil resolvermos determinadas situações por meio de um suborno que nos livraria de embaraços futuros. Nesse caso, temos que procurar andar dentro da lei para evitar tais acontecimentos. Quando adquirimos algum objeto de origem duvidosa é sempre bom lembrar que poderemos ser a próxima vitima, ou seja, poderemos ser roubados para que outrem venha a comprar o produto desse mesmo roubo, alimentando essa perigosa engrenagem. Se formos pensar bem somos indiretamente culpados, pois alimentamos tal situação. Não podemos considerar como normais atitudes que estimulam o crime e se tornam um verdadeiro câncer para uma sociedade tão carente de valores como a nossa. Temos que ensinar para os nossos filhos que a honestidade passa pela resistência a situações como essas. Não podemos ensinar os nossos filhos, os nossos alunos, sem que haja da nossa parte a reprovação sistemática de tais ações em nosso cotidiano. Só assim estaremos fazendo a nossa parte para criarmos uma sociedade melhor.

Francisco Lima


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CABRAL, O GRANDE DEMAGOGO...

Cabral, o grande demagogo...

Há quase 15 anos praticamente sem aumento salarial, os professores da rede estadual do Rio de Janeiro aguardavam com ansiedade a incorporação da gratificação do programa nova escola, abono que era concedido aos professores e profissionais da área de educação durante toda a era Garotinho (incluindo a gestão de Rosinha). Tal adicional era concedido em função do desempenho das escolas e se baseava em alguns parâmetros de qualificação, sendo que a gratificação poderia variar entre 100 e 435 reais. Sendo assim, o adicional só contemplava quem estivesse na ativa, excluindo aposentados e pensionistas.

Quando o atual governador, Sérgio Cabral, estava em campanha ele prometeu que daria um bom aumento para os professores e teria como prioridade absoluta a incorporação da gratificação do programa nova escola. Sergio Cabral já tinha algum conhecimento das finanças do estado, pois pertencia ao mesmo partido que a governadora que o precedera. E quando eleito todos os detalhes da administração do estado lhe fora passado durante o chamado governo de transição. Ou seja, a equipe de Cabral já tinha conhecimento do que era ou não possível fazer e, por conseguinte, o novo governador já tinha consciência das possibilidades de cumprir ou não todas as promessas feitas. Ainda assim, ele continuou garantindo que cumpriria todas as suas promessas de campanha, sendo que a demanda dos professores seria uma prioridade.

Mas, palavras o vento leva e promessas de políticos, na grande maioria das vezes, só existem como proposição para alcançar determinado fim. E a finalidade de todo político ou candidato a cargo eletivo é conseguir alcançar o sucesso nas urnas e para isso, não há medida de esforços. Tal pratica é baseada, supostamente, em uma teoria que é atribuída a Maquiavel e está calcada na frase: os fins justificam os meios. Utilizando-se de tal proposição os políticos quase sempre sabem de antemão da impossibilidade completa de cumprirem muito do que prometem durante a campanha, mas para tais políticos o que importa é conseguirem o seu intento, mesmo que para isso precisem mentir, enganar e até, em alguns casos, lançarem mão de subterfúgios ilegais como a compra de votos, a fraude eleitoral entre muitas outras coisas ilegítimas e inadmissíveis em uma democracia.

O caso de Sergio Cabral pode ser enquadrado no que é mais comum existir entre os políticos brasileiros, isto é, pode ser que ele tenha prometido muito mais do que era possível cumprir. Acredito, entretanto, que no caso especifico da educação, daria para ele cumprir tudo o que prometera durante a campanha eleitoral, bastando para isso que cumpra a lei investindo todo o dinheiro destinado a educação apenas nesse setor e não para atender outras demandas. Ou seja, se fossem investidos os 25% das arrecadações com impostos do estado do Rio de Janeiro mais os repasses federais eu acredito que daria para fechar a conta da educação até com sobras, mas isso não vem acontecendo há muito tempo.

A tão propalada incorporação que foi amplamente alardeada na imprensa pelo governador como um grande feito não passa de uma farsa. Se for aceita da maneira que foi proposta no projeto de lei encaminhado a ALERJ acarretará em perdas salariais significativas no futuro para os professores. De acordo com o PL encaminhado à casa legislativa do Rio de Janeiro o interstício de 12% entre os níveis salariais passaria a ser de 7,5%, ou seja, os trabalhadores perderiam uma conquista histórica alcançada com muito suor e teriam em troca um aumento salarial de 435,00 R$ dividido em 7 parcelas, ou seja, esta quantia seria paga até 2015 com parcelas tão minúsculas que em 2010 chegaria a ser de 2,47R$ em muitos casos. De acordo com o jornal o dia o prejuízo para os professores de nível 9 com a mudança de percentual entre os níveis será de 639,49R$, isto é, teriam prejuízos superiores ao suposto aumento dado com a incorporação. Não podemos deixar de considerar também o fato de que não há previsão de mais nenhum aumento além da incorporação até o ano de 2015.

Podemos, por todas essas razões, concluir que o nosso governador é um grande demagogo, se utilizado da imprensa para alardear suas falsas promessas sempre objetivando ganhos políticos em todas as suas atitudes. Nas palavras de Bertrand de Jouvenel o demagogo utiliza a arte de conduzir habilmente as pessoas ao objetivo desejado, utilizando os seus conceitos de bem, mesmo quando lhes são contrários. Sergio cabral, nesse sentido é um perfeito demagogo.


Francisco Lima

domingo, 16 de agosto de 2009

UMA HERANÇA NEFASTA...


Estava eu refletindo sobre alguns dados que mostram o aumento crescente dos investimentos em segurança publica no Brasil e não pude deixar der associar tal situação, principalmente, a um período histórico específico. Vejamos primeiro os dados para depois falarmos do período histórico a que me refiro. De acordo com um estudo sobre o assunto publicado na folha online, em todo o ano de 2007 foram investidos no Brasil R$ 35 bilhões em segurança pública pelos Estados e pelo governo federal -13% a mais que o volume aplicado em 2006-, mostra a segunda edição do "Anuário Estatístico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública". De acordo com a publicação, São Paulo foi o Estado que mais investiu recursos na área -R$ 7,61 bilhões.
Mesmo considerando que tais investimentos são imprescindíveis no momento histórico pelo qual estamos passando, não posso deixar de considerar que seria muito melhor se essa montanha de dinheiro pudesse ser investida em educação. Se isso já tivesse sendo feito há muito tempo, com certeza a situação do Brasil agora seria bem diferente, não precisando de investimentos tão vultosos na área de segurança publica. Mas, estamos pagando essa divida por causa de um passado de irresponsabilidades e descasos na área de educação. A formula não é tão complicada, pois vemos os casos de Países como a Coréia do Sul que, quando passaram a ver a educação como prioridade, tiveram resultados expressivos com crescimentos econômicos altíssimos e sustentáveis.
No Brasil, os políticos sempre utilizaram a retórica de que o investimento em educação teria uma atenção especial em seus respectivos governos. Entretanto, o passar dos anos mostra que estamos caminhando a passos lentos nesse sentido, pois as promessas tornam-se palavras vãs diante de um desafio de tamanha monta. Sabemos que o nosso país é muito mais complexo que a coréia do Sul e outros países que encararam tamanho desafio de frente, mas sabemos também que só seremos uma nação desenvolvida se resolvermos essa pendência.
A primeira herança negativa que nos foi legada é aquela advinda do tipo de colonização implantada por Portugal em nosso território. Para os portugueses a educação, tinha uma importância secundária. Fazendo uma comparação com as colônias hispânicas, observamos que enquanto nessas colônias já existiam muitas universidades, sendo que em 1538 já existia a Universidade de São Domingos e em 1551 a do México e a de Lima, a primeira Universidade brasileira só surgiu em 1934, com a criação da USP em São Paulo, ou seja, enquanto o “Brasil” foi colônia de Portugal, jamais fora implantada uma universidade em nosso território. Isso, sem duvida, não poderia deixar de ter um reflexo negativo importante para o desenvolvimento da educação brasileira.
Na minha opinião, no entanto, o período que deixou marcas indeléveis legando para a posteridade uma situação caótica e de difícil equação foi sem, sem duvida alguma, aquele dominado pelos militares, ou seja, o intervalo compreendido entre 1964 e 1985. Quando os militares empreenderam o golpe de estado em 31 de março de 1964, gestava-se uma revolução na educação brasileira, principalmente com Paulo Freyre e o seu método de alfabetização dos trabalhadores em quarenta dias. Ela já havia logrado um grande êxito e tencionava expandir a sua forma de ensinar pelo Brasil inteiro. Paulo Freyre, no entanto, queria formar cidadãos capazes de fazer uma leitura critica do mundo e da sociedade que o circunda. Ele queria trabalhadores politizados e não se restringia, por isso mesmo, a apenas alfabetizá-los. Uma sociedade critica e politicamente ativa, entretanto, não interessava ao novo regime.
Quando os militares tomaram o poder, muitos professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos e feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes foi proibida de funcionar. Ao assumir o governo, o discurso dos militares era de que o regime tencionava construir um sistema de ensino que fosse capaz de aplacar a pobreza no Brasil, diminuindo a desigualdade social. Como diminuir a desigualdade num modelo de desenvolvimento econômico que priorizava o enriquecimento da camada mais rica da população? Essa pergunta não encontrou resposta nos planejamentos educacionais desenvolvidos entre 1964 e 1985.
Os militares buscavam a sua hegemonia no poder e pregavam muitos dos seus ideais nos meios educacionais. Para isso, buscavam também apoio de parte da sociedade baseado no seu projeto de desenvolvimento econômico. Nesse sentido, divulgou conceitos produzidos pela Escola Superior de Guerra nos manuais de Estudos dos Problemas Brasileiros, instrumentalizando os privilegiados que tinham acesso ao ensino superior no combate aos “inimigos internos”, na “defesa da Pátria” e na “preservação dos valores nacionais”.
Nesse período para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, aproveitando-se, em sua didática, do expurgado Método Paulo Freire. O MOBRAL propunha erradicar o analfabetismo no Brasil, mas passou longe de conseguir o seu intento. E diante das denúncias de corrupção, entre outras, acabou por ser extinto e, no seu lugar criou-se a Fundação Educar.
Obviamente não faltaram criticas às sucessivas e malsucedidas investidas do governo militar no setor de educação, no entanto, qualquer forma de discordância era logo taxada de “subversiva” ou “comunista” e seu autor era banido dos meios acadêmicos. O movimento estudantil sofreu muitas baixas até que perdeu sua força, mantendo-se quase inerte nos anos mais truculentos da ditadura. Essa foi a outra forma de educar encontrada pelo regime: disseminando o terror, para desencorajar atitudes de apoio aos “subversivos” ou “comunistas”.

Resumindo, após 21 anos de ditadura militar, restou ao Brasil um sistema educacional com graves problemas: uma estrutura física que, apesar de estendida, não foi suficiente para atender à demanda crescente; uma queda na qualidade do ensino superior, com a proliferação de “empresas educacionais” que permitiram o acesso de um pequeno contingente das camadas de menores níveis de renda ao ensino superior, contingente este que custeava seus próprios estudos; queda na qualidade dos níveis elementares de ensino, dada a queda na qualidade de formação dos profissionais de educação, além da depreciação das condições de trabalho desses profissionais.

A tudo isso, deve-se somar ainda o pesado tributo deixado pela caótica situação social advinda dessa política de descaso com a educação, o que acaba por gerar como contrapartida obvia um aumento sem precedentes nos investimentos com segurança publica, sendo esses superiores, paradoxalmente, aos investimentos no setor educacional. É claro que existem outros fatores como desemprego, entre outros, que incidem decisivamente no aumento dos índices de violência, mas se tivesse havido mais seriedade e vontade política com a educação, o cenário nos seria muito mais favorável agora.

Francisco Lima

quarta-feira, 29 de julho de 2009

ESCALADA DA VIOLÊNCIA NO NORDESTE

Muitos são os problemas sociais no Brasil e isso se reflete muitas das vezes no comportamento da população, sendo que a explosão da violência é uma conseqüência quase que natural da exclusão e do desemprego, que por sua vez geram a favelização e outras mazelas sociais que estamos acostumados a ver em muitos países incluindo o Brasil.

Moro no Rio de Janeiro há quarenta anos, isto é, quase nasci e fui criado nessa cidade ou nos arredores dela,pois cresci em BelFord Roxo um município da região metropolitana do Rio, mas que fica muito próximo, sendo que nesse caso toda a referência que sempre tivemos em termos de serviços de saúde, emprego etc. estava no Rio, cidade já famosa no mundo inteiro, não somente por suas belezas naturais, mas principalmente pela explosão de violência que volta e meia toma conta dos noticiários mundo a fora, tornando essa cidade um lugar muitas temido por essa razão. A cidade onde fui criado não ficou muito atrás nesse quesito, pois também já foi considerada uma das cidades mais violentas do mundo.

Tudo o que foi dito anteriormente é mais do que obvio para todo mundo, mas mesmo vivendo a vida inteira nesse canário, tive a sorte de nunca ter sido assaltado. Isso mesmo, não estou delirando, eu nunca fui assaltado nessas cidades pelas quais transitei intensamente (incluindo Duque de Caxias, Nova Iguaçu, são João de Meriti etc.). Já entrei em becos, passei por guetos e favelas das mais diversas e sempre trabalhei nas proximidades da central do Brasil, um lugar com alto índice de criminalidade e onde se pode ver todo tipo de coisa. Coisas não agradáveis à visão do desavisado transeunte, é claro.

Depois de anos tentando encaixar um tempo para conhecer o Nordeste, já que a região sudeste eu já explorei razoavelmente bem, conhecendo os seus quatro estados, esta semana finalmente estou tendo essa oportunidade, já que esta semana estou de passagem por Salvador. Gostei muito da cidade de Soterópolis (Cidade do Salvador em grego, sendo que por essa razão, todo mundo que nasce em Salvador é chamado de soteropolitano).É realmente uma cidade bonita e eu adorei o lugar onde estou hospedado na Barra de Salvador. Mas, o que me chamou muito a atenção desde que aqui cheguei são os muitos comentários na rua sobre assaltos, sendo essa modalidade de crime a mais comum por aqui, ao que parece. Mas eu não sou ingênuo e, ao chegar ao aeroporto, Já estava mais ou menos ciente de que tinha que tomar um pouco de cuidado, não expondo dinheiro e pertences, cuidados que eu sempre tomo também do Rio de Janeiro.

No trajeto do aeroporto para o hotel na barra de salvador eu optei por um ônibus, visto que as vans os e taxis queriam me cobrar cem reais. Embarquei em um microônibus (tarifa especial e com ar condicionado) e tudo estava perfeitamente bem até passarmos por Itapoã, lugar muito conhecido por causa da musica Passar uma tarde em....passamos pelo famoso lugar e eu estava conversando com uma moça que havia conhecido no coletivo e falava justamente das populações marginalizadas do Rio, entre as quais se incluía os nordestinos e comentava que muitos chefões do trafico são descendentes desses migrantes do nordeste. Pois bem, eu nem cheguei a completar o que falava quando entraram no ônibus dois adolescentes, ao que tudo indicava, anunciando um assalto. Notava-se que se apresentavam bastante nervosos, parecendo com mais medo do que os passageiros vitimas do assalto. A arma que apresentaram quase ninguém a viu, sendo que a puxaram quando estavam ao meu lado. Olhando bem o que parecia ser uma pistola, tive a quase convicção de que era uma arma de brinquedo. Quando eles me abordaram, não fizeram muita questão de levar todos os meus pertences, só levando o relógio e o celular que não seria levado se minha filha não o tivesse tirado da bolsa. Os meninos assaltantes saíram correndo deixando para trás bolsas e mochilas que haviam subtraído de alguns passageiros, mostrando o nervosismo a que me referi e me deixando com a quase certeza de que o assalto fora praticado com uma arma de brinquedo.

Em suma, a capital do estado da Bahia não é única do nordeste infestada pela violência. Muito se sabe sobre os altos índices de Recife e Fortaleza, por exemplo, mas eu tive um exemplo pratico de como a situação anda caótica por Salvador. São necessários investimentos urgentes em segurança e, principalmente em educação, pois somente com vontade política e seriedade se poderá reverter um quadro tão caótico. Não acredito que tal situação tenha começado agora, mas que é a herança de muitos anos de descaso. Tal situação acaba gerando prejuízos, pois muitos turistas que passam por semelhante situação acabam optando por outro destino. Não há como postergar mais, é preciso providências urgentes.

Francisco Lima

domingo, 26 de julho de 2009

NOSSO PORTO SEGURO PODE SER UMA ILUSÃO..

Quase todos nós julgamos ter o nosso "porto seguro", isto é, uma condição ou a companhia de alguém que, achamos, nos dá certa segurança, estabilidade etc. Ainda que, as vezes, as bases, dessa suposta segurança sejam frágeis demais para ser consideradas como tais. Mesmo assim nos agarramos nessas supostas conquistas querendo preservar o que já conquistamos.

Entretanto, se queremos conquista reais e duradouras, temos que estar abertos às mudanças, pois as vezes a vida nos coloca diante de grandes desafios que podem significar um desequilibrio temporário, que poderá nos levar todavia à condições gerais muito mais satisfatórias se tivermos realmente dispostos a encarar os reveses que todo esse processo suscita.

Para que tais mudanças realmente possam ocorrer, no entanto, temos que perseguí-las o tempo todo, preparando-nos e buscando quando possível ter uma visão do que poderá vir a ser o cenário de um futuro próximo, pois isso nos dará certa vantagem, já que poderemos estar munidos dos conhecimentos e das ferramentas adequedas.

Tudo isso nos mostra que , para alguém que busque realmente o sucesso, dificilmente haverá a prevalência de fatores como a sorte, que será proporcional à nossa vontade de buscar o objetivo pretendido, ou seja, as mudanças serão fruto da nossa vontade de perseguí-las com a tenacidade e renúncia necessários.

Enfim, o nosso porto seguro quando nos achamos em situações que julgamos por vezes sólidas e até mesmo imutáveis, é muitas vezes fruto da nossa acomodação, do nosso medo da mudança. O período histórico pelo qual estamos passando já não comporta tal procedimento, pois, quer queiramos ou não, as mudanças virão e nos levarão de roldão quando não estivermos preparados para elas. É a chamada pós-modernidade que nos impõe a quebra constante dos nossos paradígmas.

domingo, 19 de julho de 2009

TODOS UNIDOS POR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE...

Todos unidos por uma Educação de qualidade.

O ministério da educação através do CNE (Conselho Nacional de Educação) aprovou no ultimo dia 30/06 uma medida que tem a intenção de apoiar currículos inovadores para o ensino médio. Pelo projeto, será possível lecionar os conteúdos de maneira interdisciplinar, sem que sejam divididos nas tradicionais disciplinas como história, matemática ou química. O aluno também terá condições de escolher parte de sua grade de estudos. A intenção é que a atual estrutura curricular - organizada em disciplinas - seja substituída pela organização dos conteúdos em quatro eixos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura, para que os conteúdos ensinados ganhem maior relação com o cotidiano e façam mais sentido para os alunos. Outra mudança a ser estimulada é a flexibilidade do currículo: 20% da grade curricular deve ser escolhida pelo estudante.

Eu, como professor, apóio qualquer tipo de mudança que tenha como intenção alterar o quadro atual, que chegou a um ponto tão caótico que não é incomum verem-se alunos do 3º ano do ensino médio na educação publica estadual do Rio de Janeiro e, creio eu, talvez em outros sistemas, que não saibam ler e interpretar um texto curto de alguns parágrafos. Um problema que parece impossível de acontecer, pois se poderia questionar como um aluno desses, que não aprendeu o que é básico que é a leitura e a interpretação de texto, condição sine qua non para aprender qualquer disciplina e, por conseguinte, avançar para etapas posteriores de aprendizagem, poderia ter “progredido” até chegar ao fim da educação básica?

Uma das possibilidades de explicação da incongruência apontada acima é o fato de que o foco principal durante muitos anos tem estado na quantidade de “alunos formados” e não na qualidade do ensino. O que valem são os números, as estatísticas, sendo que os reais problemas da educação têm sido ignorados por sucessivos governos, que sempre deixam para os seus sucessores a tarefa de encarar um problema tão sério.

A situação torna-se ainda mais grave se formos considerar as mudanças em curso e a necessidade de adaptação a um mundo cada vez mais complexo, que exige de todos uma mudança constante de paradigmas. Adaptando-se a esse contexto, a UNESCO propõe que a alfabetização não seja mais apenas o domínio básico da leitura, da escrita e das operações matemáticas básicas. Hoje em dia, para que uma pessoa esteja realmente alfabetizada, segundo o conceito dessa instituição, é necessário que tenha as habilidades de identificar, entender, interpretar, criar, calcular e se comunicar mediante o uso de materiais escritos vinculados a diferentes contextos.

Considerando essas novas perspectivas e diante do que foi exposto acima é fácil chegarmos à triste conclusão de que muitos alunos formandos do ensino médio da educação pública do Estado do RJ ainda não conseguem se adequar aos novos parâmetros da UNESCO para uma pessoa alfabetizada, ou seja, estão concluindo a educação básica sem que sejam adequadamente alfabetizados de acordo com esse novo paradigma.

O trabalho será árduo para a reversão de um quadro tão desfavorável, mas as mudanças propostas podem representar o começo de um processo que poderá reverter este quadro. É preciso, porém que todos os envolvidos nesse contexto tenham a consciência de que a sua participação deve ser ativa e a entrega deve ser total. Mas, se não houver um empenho das esferas superiores, da secretaria de educação, das coordenadorias regionais, dos diretores etc., dificilmente essas mudanças surtirão o efeito desejado. É necessário que haja um verdadeiro desejo de mudança de todas as partes envolvidas.
Francisco Lima

terça-feira, 14 de julho de 2009

QUERER É PODER....



É incrível o que podemos realizar quando estamos verdadeiramente determinados a alcançar algum objetivo ou mesmo superar alguma barreira ou limitação. Não há obstáculos capazes de vencer uma vontade persistente que já está consciente de que as muitas dificuldades encontradas ao longo do caminho são testes para mensurar até que ponto estamos determinados.

Vemos pessoas que saem de situações completamente adversas, como pobreza extrema, famílias desestruturadas, enfim, dificuldades das mais diversas e ainda assim tornam-se vencedoras e são exemplos a ser seguidos.Outros são testados de uma outra maneira quando algum acidente os priva de algum membro do corpo e a vida os coloca entre duas possibilidades: uma que o deixaria parcial ou totalmente invalido de forma indelével, isto é, para sempre e outra que o coloca diante de uma situação de ter que reaprender tudo, adequando-se a uma nova realidade, tendo que ser tão forte e determinado quanto maior for a sua limitação. Nessas situações é que vemos que o impossível não existe para quem tem força de vontade.

Todos nós conhecemos casos de superação de limitações, que são até certo ponto comuns encontrarmos na nossa vivencia cotidiana. Há pessoas com certo grau de deficiência mental que estudam e conseguem até cursar uma universidade, superando todos os prognósticos de especialistas. Outras há que perdem um braço ou uma perna e nem por isso deixam de trabalhar, apenas adaptando-se a essa nova realidade, fazendo-o de acordo com a sua limitação. Mas, há outras que dão demonstrações de superação que nos deixa envergonhados, tal a nossa pequenês e acomodação diante da vida. Um caso desse tipo é um de uma mulher que cuida do filho recém nascido trocando fraldas, que faz todo o serviço de casa como qualquer pessoa “normal”. A única diferença é que ela não possui os dois braços e faz tudo com os pés. Isso mesmo, ela aprendeu a usar os pés como se fossem mãos e há um vídeo circulando na internet que mostra as façanhas realizadas por essa pessoa fantástica.
Ví também um outro caso de uma brasileira que reside no interir de São Paulo, que nasceu sem os os dois braços e faz tudo que uma pessoa dita normal é capaz de fazer: dirige, escova os dentes, escreve muito bem e está fazendo faculdade em uma turma de pessoas sem qualquer tipo de deficiência, pois ela não se considera menos capaz que ninguém. São pessoas que não acomodaram e não vêem na deficiência um fator de acomodação ou de autopiedade.

Tudo nos é permitido com o concurso da vontade, mas a falta dela também pode nos levar a caminhos inversos, ou seja, a uma situação de dependência de outras pessoas. Há muitas pessoas ditas normais que chegam a um desestimulo tão grande que caem até na mendicidade e não há quem consiga tirá-los de tal estado de prostração, pois eles já não ouvem conselhos, pois todos nós só ouvimos o que queremos.

Muitas das vezes, esse estado de coisas começa sem que percebamos, quando, sem que notemos, começamos a cultivar a chamada “preguiça”. Isso, geralmente ocorre com adolescentes que ficam desanimados para estudar, nada fazem em casa e quando não há ninguém para cobrar a situação tende a piorar e chegar até no abandono da escola. É necessário que os pais observem o comportamento dos seus filhos e busquem ajuda de médicos ou psicólogos quando necessário.

Fico muito triste quando vejo jovens que já completaram a maioridade, muitos já com vinte e poucos anos que não tem nenhuma perspectiva em relação à vida, não trabalham, não estudam (muitos pararam antes de concluir a educação básica) e ficam dependendo dos pais ou de outras pessoas até para se alimentarem. E isso é muito comum de encontrar por aí. Muitos desses jovens não são desempregados, pois grande parte não estão procurando por emprego, estão desanimados e precisam despertar para a vida, isso quando a vida não os leva para os caminhos considerados, ilusoriamente, mais fáceis, mas que poderão levar a conseqüências trágicas.

Finalmente, deixo uma mensagem de otimismo para todos os que precisam de uma “injeção de animo”:
“Se você confiou em Deus e andou pelo caminho dele, se você o sentiu a guiar você todos os dias, mas agora seus passos o levam por outro caminho...Comece de novo.Se você fez planos que não deram certo, se você tentou dar o melhor de si e não há mais o que tentar, se você falhou consigo mesmo sem saber por que....Comece de novo.Se você contou aos seus amigos o que planejava fazer, se você confiou neles e eles não o apoiaram, se agora você está sozinho, só podendo contar consigo mesmo....Comece de novo.Se você falhou com seus familiares, se agora você já não é tão importante para eles, se eles perderam a confiança em você, se você se sente um estranho em seu próprio lar...Comece de novo.Se você orou a Deus, respeitando sempre a vontade dele, se você orou e orou e ainda se sente infeliz, se você quer parar, sentindo que atingiu seu limite...Comece de novo.Se você está certo de que está acabado e quer desistir, se você chegou ao fundo do poço,se você tentou e tentou e não conseguiu subir...Comece de novo.Se os anos passam tão depressa e os sucessos são poucos, se chega dezembro e você se sente triste, Deus dá um novo janeiro a você...Comece de novo.Começar de novo significa:"Vitórias alcançadas"começar de novo significa:"uma corrida bem feita,"começar de novo significa:"Deus sempre vencerá!"Não fique aí sentado no trono da derrota:COMECE DE NOVO!”


Francisco Lima

sábado, 11 de julho de 2009

MULHER E SEXUALIDADE NA HISTÓRIA...

Mulher e sexualidade na Historia

Durante toda a História da humanidade a mulher sempre foi objeto da curiosidade dos estudiosos e decifrar o seu comportamento e chegar a uma conclusão aceita universalmente não era algo fácil. O mistério em torno desse ser tão complexo intrigava os estudiosos do período pré-renascentista, pois ate essa fase histórica pouco se sabia sobre o corpo humano e muito menos ainda sobre o corpo da mulher. Apenas por volta do século dezessete, aproximadamente, com a revolução cientifica e a influencia fundamental do pensamento de Descartes passou-se a dissecar os cadáveres e estudá-lo por dentro, isto é, só a partir desse momento a anatomia do corpo humano foi desvendada aos estudantes de medicina e isso representou uma revolução para diversas áreas da ciência.

Quando entramos no campo da sexualidade humana, não é diferente o que acontecia pois, estudar a sexualidade em um período dominado pelo pensamento da igreja católica era algo muito complicado, sendo mais difícil ainda quando se tentava estudar a mulher nesse particular.
Ligia Bellini em seu livro a coisa obscura: mulher, sodomia e inquisição no Brasil colonial, mostra alguns casos de processos contra mulheres acusadas de sodomia durante o período da primeira visita da inquisição no Brasil colonial por volta de 1591 até 1595 e relata que a tradição da igreja considerava a sodomia um “pecado mudo”, ou seja, detestável demais para ser mencionado, tanto nas leis da igreja, quanto nas leis seculares. As pessoas acusadas desse crime teriam cometido semelhante pecado incitadas pelo próprio demônio. A partir do período renascentista o foco começa a mudar e o pecado é atribuído ao próprio pecador e não mais ao demônio. A pessoa que comete o crime nefando é que tem a propensão para o vicio.


Diante das denúncias feitas por testemunhas aos inquisidores, uma questão os intrigava e continuaria sem resposta durante todo período da visita inquisitorial à colônia portuguesa: como atribuir às mulheres o crime de sodomia?
Não tendo condições de provar ainda que as mulheres eram realmente culpadas, os inquisidores muitas das vezes faziam vistas grosas pra tais casos e não podiam, dessa forma, prescrever uma punição adequada. Só bem mais tarde (cerca de um século depois) a pergunta acima teria uma resposta que hoje nos parece um tanto inusitada, mas essa era a concepção que se tinha na época sobre esse assunto. A explicação encontra-se no livro de Ligia Bellini, sendo uma citação da visão Luigi-Maria Sinistrari sobre o assunto:
“No corpo feminino se encontra uma parte que os anatomistas chamam “clitóris”. Esta parte é composta dos mesmos elementos que o pênis do homem, isto é, de raízes, artérias, carne, etc. (...) Se encontra em todas as mulheres, mas nem todas o possuem descobertos ou o fazem para sair para fora do vaso do pudor: se percebe somente uma pequena protuberância nesse lugar do corpo da mulher onde se esconde o clitóris; e esta proeminência pode sair mais para fora das partes vizinhas se, por efeito de excitação venérea, o membro em questão estiver inchado interiormente”.

Com isso, somente se uma mulher possuísse um clitóris nessas condições poderia deflorar outra e chegar até a cometer a sodomia. Então, mesmo não sendo em vaso impróprio, a sodomia poderia dar-se entre duas mulheres se ela utilizasse o clitóris, possuindo um membro de acordo com as condições descritas anteriormente, para penetrar a outra, já que esse tipo de coito não seguia geração. Segundo esses critérios, a mulher poderia cometer a sodomia com outro sexo, no vaso anterior ou posterior de uma mulher e também no vaso posterior de um homem. As mulheres com o clitóris mais desenvolvido estavam mais aptas às tentações carnais e aquele passava a ser a prova do crime.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O FUTEBOL NO IMAGINÁRIO DO POVO BRASILEIRO

O futebol no imaginário do povo brasileiro

É incrível a influencia que o futebol exerce no imaginário do povo brasileiro. Nenhum povo cultua tanto este esporte considerado entre nós uma manifestação cultural tão importante quanto o carnaval a religião, a música etc., podendo, no entanto, mobilizar muito mais pessoas que todas essas manifestações, pois abrange todas as classes sociais sem qualquer distinção. É um dos poucos assuntos que mobiliza o povo brasileiro e talvez o único que coloca em pé de igualdade todos os seus simpatizantes, pois qualquer pessoa, independentemente de instrução, condição social, raça, religião etc., desde que aprecie o esporte, se acha em condições de discuti-lo.

Segundo o antropólogo Roberto da Matta o futebol é um espaço onde a sociedade brasileira simbolicamente se expressa e manifesta-se, deixando-se descobrir. Para o este autor, o futebol praticado, vivido, discutido e teorizado no Brasil seria um modo especifico pelo qual a sociedade brasileira fala, apresenta-se, revela-se e se deixa descobrir desse modo.

Mas o futebol também já foi utilizado pelas classes dominantes com o intuito de afirmação da sua ideologia, isto é, os governantes aproveitaram a paixão que o brasileiro tem pelo futebol para “manipular as massas” em determinados contextos históricos favoráveis. A primeira copa do mundo transmitida pelo radio foi a de 1938 e no Brasil vivia-se então a ditadura do estado novo e o presidente Getulio Vagas aproveitou-se desse fato e fez da sua filha, Alzira Vargas, a madrinha do selecionado brasileiro e o embaixador brasileiro na França (local da copa de 1938) se auto proclamava o torcedor numero um do Brasil. Toda a nação brasileira é convocada para a batalha na França e o governo brasileiro pretende, dessa forma, reforçar a idéia de uma identidade nacional fomentada pela união em torno do futebol. É importante ressaltar que o futebol já era uma paixão nacional desde os anos 20, quando brasileiros já lotavam os estádios de futebol.

Quando o assunto é manipulação através das conquistas do futebol, no entanto, o caso mais clássico que lembramos é o da copa do Mundo no México em 1970. Nesse período vivíamos o momento mais duro da ditadura militar com muitas prisões, torturas e uma perseguição sem trégua do governo aos chamados subversivos ou todos aqueles que discordassem de um regime que não permitia à sua população qualquer tipo de liberdade, ou seja, vivia-se, uma ditadura escancarada. Toda e qualquer manifestação cultural que questionasse ou criticasse a situação vivida pelo Brasil era logo censurada e seus autores corriam o risco de ser presos e torturados. Por essa razão, muitos intelectuais brasileiros preferiram o auto-exílio. Mas, vamos ao futebol. Esse esporte era ainda mais importante nessa época, pois o Brasil já era bi campeão mundial e considerado uma grande potencia nesse esporte. Nesse contexto, o então presidente Emilio Garrastazu Médici foi promovido a torcedor numero um do Brasil e como tal passou a ser um freqüentador assíduo das tribunas de honra dos estádios de futebol e o presidente não só dava opiniões sobre futebol, mas ia além, procurando impô-las e fazendo pressões constantes sobre a escalação da seleção nacional.

A copa disputada no México foi transmitida diretamente para o Brasil como a primeira transmissão em cores em caráter experimental. O numero de televisores ligados assistindo à copa, segundo algumas estimativas, chegava a 600 milhões de aparelhos em todo o mundo. O Brasil foi campeão e tal fato contribuiu decisivamente para a manutenção dos militares no poder. A euforia do povo era gigantesca e esse fato mascarava os problemas vividos no cenário interno brasileiro. O governo militar então se aproveita da euforia geral para se legitimar como se fosse ele, governo, o verdadeiro campeão no México e, ao mesmo tempo, usa a televisão para propagandear o chamado “milagre brasileiro” que proporcionou altas taxas de crescimento econômico e legou para a posteridade um divida externa estratosférica.

Em suma, o futebol é um fator de alegria para o povo brasileiro que o leva, principalmente as camadas menos favorecidas da população, a ter um momento de alegria, de extravasamento dos problemas cotidianos. Uma população que muitas das vezes só encontra alegria nos mementos de vitoria do seu time do coração, que passa por necessidades das mais diversas no dia a dia, precisa de alguma coisa para liberar as suas emoções. Mas, há também o outro lado, o que leva o povo a alienação, sendo o futebol uma espécie de “ópio” que deixa esse mesmo povo esquecido dos demais problemas do País, dos problemas políticos, econômicos, educacionais e muitos outros que podem e devem ser levados em conta, pois senão, nunca sairemos da condição País subdesenvolvido, seremos sempre o País do futuro. Futuro que nunca chegará se não tivermos um povo mais atuante.

Francisco Lima

sábado, 4 de julho de 2009

PODEMOS VIVER SEM PRECONCEITOS OU PELO MENOS TENTAR NÃO CULTIVÁ-LOS..

Podemos viver sem preconceitos ou pelo menos tentar não cultivá-los

Vivemos em uma sociedade na qual o preconceito já virou uma espécie de câncer que a contamina em todos os setores. Há preconceitos de raça, contra idosos, contra os deficientes físicos, contra os nordestinos, contra os homossexuais entre muitos outros tipos. Não há limites para tais praticas que ganham diversas configurações e esconde alguns paradoxos, havendo discriminação até mesmo de alguns grupos contra outros, ambos alvos de preconceitos. Um exemplo disso e que eu observo há bastante tempo é o preconceito que muitos nordestinos nutrem contra os negros. Vou ficar apenas nesse exemplo para não alongar por demais esse parágrafo.

Gostaria de me ater, especificamente, no preconceito contra os homosexuiais, lésbicas e todos aqueles que escapam da heteronormatividade, conceito que resume um conjunto de atitudes preconceituosas e compulsórias, na qual a homossexualidade é tratada como um desvio do que seria a sexualidade natural do ser humano em geral. Não faço parte de nenhum grupo de defesa dos gays e sou heterossexual, mas vejo a questão de uma forma diversa do que parece ter se tornado senso comum. Não considero que uma pessoa que goste de outra do mesmo sexo seja “anormal” por isso, pois um assunto dessa natureza só diz respeito à própria pessoa, não cabendo a ninguém interferir em uma “escolha” totalmente pessoal, individual e que, por essa razão, não afeta ou não pode afetar ninguém senão ela mesma.

No parágrafo anterior eu coloquei a palavra escolha entre aspas de propósito, pois sei que, em se tratando de sexualidade, não há essa escolha consciente, principalmente se considerarmos que geralmente o desejo ou atração sexual começa a surgir na adolescência. Segundo especialistas no assunto, ninguém escolhe sentir atração física por um ou por outro sexo, ou seja, não há uma ação premeditada que possa se configurar em uma escolha racional, pensada por parte do adolescente. Tudo ocorre naturalmente, espontaneamente sem que haja a intencionalidade nesse processo. Resumindo, ninguém escolhe ser gay ou não.

Quando esta manifestação de afeto por outro colega do mesmo sexo ocorrer dentro da escola, cabe aos professores não censurar e fazer de tudo para evitar a discriminação desse aluno por outros colegas. O professor deve aceitar a autodefinicão do aluno sem questioná-lo e protegê-lo contra tratamentos hostis. Mas, infelizmente não é assim que acontece, pois os professores, muitas das vezes, são os primeiros a discriminar o aluno e apontá-lo como o diferente da turma. Uma atitude dessas na escola e partindo de um educador é algo inaceitável, porém muito comum. Nós, educadores, precisamos nos colocar no lugar dos pais desses alunos, pois alem de professores somos pais e mães de família e ver como nos sentiríamos se o nosso filho ou filha fosse alvo de preconceito na escola, justamente em um lugar onde se deve ensinar que nenhum tipo de discriminação é saudável.

Agora vamos imaginar que tenhamos um filho ou uma filha que “tenha uma opção sexual diferente”, isto é, que ele ou ela seja gay, diferentemente do que a gente imaginava como normal na sexualidade humana. Imaginemos ainda que tenhamos feito de tudo para dissuadi-lo ou dissuadi-la desse propósito sem sucesso. Será que vamos fazer o que muitos falsos moralistas fazem por aí, abandonando nosso filho ou filha à própria sorte no momento em que ele ou ela mais precisa do nosso apoio? Será o nosso preconceito maior que o amor que possamos sentir por um ser que geramos e dedicamos todo o nosso carinho? Acredito sinceramente que os pais que agem de forma precipitada e expulsam um filho de casa por esse motivo estão mais preocupados com o que as pessoas pensam ou falam e não tem amor suficiente para compreender e apoiar o filho nesse momento difícil. Se houver amor suficiente nada é mais importante e mesmo contra o nosso preconceito, ficaremos ao lado do nosso filho ou filha.

Francisco Lima

sábado, 27 de junho de 2009

MICHAEL JACKSON VAI FAZER FALTA...

Michael Jackson vai fazer falta
Dinheiro não é garantia de felicidade: esta frase, pode até ser um jargão já bastante batido, que muitas pessoas contestam, muitos com o argumento de que gostariam de ser milionários para saber, sendo que para estes os que esta frase proferem quase nunca experimentaram a riqueza, ou seja, não sabem sensação do que é ser rico. Por isso posso até ser taxado de démodé, mas, ainda assim, vou me arriscar, vou expressar o que penso sobre o assunto: dinheiro não é sinônimo de felicidade, pois dependendo do encaminhamento que passamos dar à nossa existência em função do poder que a riqueza nos confere, pode até representar um retrocesso na nossa caminhada evolutiva, pois o orgulho, a vaidade e outras coisas que podem nos levar a cometer muitos desatinos tendem a aflorar, pois as nossas vontades podem ser quase todas satisfeitas. Daí para o exagero pouco custa.

Quando a riqueza está lado á lado com o sucesso de uma carreira artística muito bem sucedida e sobrevém a fama merecidamente conquistada pelo talento inconteste de muitos artistas que se transformam em verdadeiros mitos, essas pessoas como humanas que são, podem cair em armadilhas e ter a sensação de que são verdadeiros deuses, de que está muito acima dos seres humanos comuns, dos simples mortais. Aí é que mora o perigo, pois quando o orgulho e a vaidade nos dominam, somos capazes de nos diferenciar dos demais seres humanos sim, mas não por sermos melhores, ao contrário, pouco á pouco vamos nos afastando da condição de simples seres humanos até nos considerarmos inatingíveis, quando o exagero se transforma em quase loucura.

Um grande personagem do mundo artístico acaba de deixar o plano terreno e, com certeza, vai deixar muitas saudades, pois muita gente o considerava um mito, um verdadeiro ser sobre-humano pelo grande talento que este artista possuía. Apesar da longa decadência por que passava esse artista, ele não pode ser jamais contestado em seu talento por quem quer seja. Pode não ser uma unanimidade, pois ninguém o é, mas conseguiu o que poucos artistas conseguiram que é ser cultuado por gerações diferentes.

Estou falando Michael Jackson que foi criticado por muitos pelas suas excentricidades, pela sua vaidade e orgulho desmedidos que a condição de grande ídolo acabou aguçando e também pelo seu modo de viver às vezes pouco convencional. Michel viveu em um mundo em que as utopias já não tinham mais razão de ser. A geração de 60 queria mudar o mundo, queria sensibilizar os governantes para a causa da paz, convencendo-os de que a guerra é uma insanidade. A geração oitenta vê o socialismo em agonia e com isto vê reduzida a esperança de um mundo melhor, mais justo e menos desigual. A aparência então é tudo o que mais importa para essa nova geração e Michael Jackson talvez tenha sido vítima desse modo de encarar a vida, transformando-se sucessivamente como numa metamorfose sem fim ou, como diria outro ídolo, Raul Seixas, tornando-se uma metamorfose ambulante.

O que mais importa destacar, entrementes é que Jackson doou milhões de dólares durante toda sua carreira às causas beneficentes através da Dangerous World Tour, trabalhos voltados à ajuda e manutenção de 39 centros de caridades. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência, principalmente a da cor de pele geraram controvérsia significante a ponto de prejudicar sua imagem pública.

Se todos os artistas ricos e milhonários em geral tivessem a bondade de Jacckson ou ajudassem os pobres com pelo menos uma pequena parte de sua fortuna, talvez não existisse mais fome no mundo. É principalmente por isso isso que devemos lamentar, e muito, a morte desse grande ser humano que foi Michael Jackson.

Francisco Lima

A FELICIDADE AGORA ESTÁ COMPLETA...

A felicidade agora está completa...

Antes de você minha vida era, aparentemente, organizada, pois tudo acontecia de forma previsível e poucas mudanças havia na rotina diária. Eu tinha muito tempo disponível e aproveitava isso da melhor maneira: Lia bastante, praticava exercícios físicos e fazia de tudo o que considerasse proveitoso para preencher o meu tempo e ter uma vida saudável. Mas, faltava alguma coisa, embora eu não soubesse exatamente o que. Eu tinha quase tudo, mas as vezes sentia uma sensação de vazio que talvez significasse a falta de algo ou de alguém.
Hoje tudo está mudado, não consigo organizar o meu tempo, não tenho tido o habito dos exercícios físicos e as leituras sempre ficam para os raros tempos que sobram, são adiadas ou são feitas em outros locais, pois na minha casa o tempo já está quase todo tomado. Isso nos impôs uma mudança de rotina e todos os membros da família tiveram que se adaptar a essa nova realidade.
Todo esse turbilhão que acabou nos levando de roldão e nos desafiou a uma mudança repentina, fez com que víssemos que antes, o que parecia certinho, na verdade possuía uma lacuna que agora foi preenchida. O que parece desorganizado, não é senão o tempero que faltava em uma vida (ou melhor em algumas vidas) que era(m) insossa(s). A chegada desse novo ser trouxe a resposta que precisávamos e preencheu o espaço que faltava em nossas vidas. Hoje sabemos perfeitamente o que estava faltando e eu não consigo imaginar como vivemos até agora sem essa “parte fundamental da nossa existência”.
Todos os que me conhecem já devem saber a que ou a quem eu me refiro e eu não poderia deixar de expressar o que sinto nesse momento em que melhor posso avaliar a extensão de todas essas mudanças. Já são quase dois anos que esse ser faz parte da “nossa rotina”, não deixando que a nossa vida se transforme num tédio, pois está sempre a nos ocupar de uma ou de outra forma.
Me refiro a você Ana Clara, você que é a luz que faltava em nossas vidas e, a despeito de todo amor que sinto pela sua irmã, Gaby, não posso deixar de externar o que sinto, mesmo por que eu sei que o que sinto e extensivo a todos os membros da nossa pequena família. Tudo o que julgávamos certinho e organizado em nossa vida antes de ti, era na verdade uma vida sem muito sentido, pois faltava uma parte indissociável para que se completasse o todo. Você preencheu esse vazio em nossas vidas e todos nós somos muito mais felizes agora e não imaginamos como conseguimos viver até então. Entrementes, só nesse momento podemos avaliar o que faltava em nossas existências.
Hoje, ainda estamos nos adaptando a conviver com a falta de tempo, de sono de privacidade e outras coisas, mas nós abrimos mão de tudo isso, temporariamente, mas alcançamos a felicidade de saber que agora todos estamos completos, pois a família está completa.
Papai e família.

domingo, 7 de junho de 2009

PROJETO AUTONOMIA...

Projeto autonomia

Como educador vejo com bons olhos todas as tentativas de mudança quando os agentes desta mudança estão de fato imbuídos de boas intenções. Não deixo por outro lado de observar o que pode haver por de trás das intenções desses mesmos agentes, analisando-as de forma critica e não emitindo um parecer sem antes analisar até que ponto tais mudanças poderão ser positivas. Não podemos esquecer que estamos diante de decisões tomadas por políticos, sendo sempre relevante, em tais casos, a aplicação de um famoso ditado popular que diz que de boas intenções o inferno anda cheio.

O projeto autonomia é uma dessas tentativas de mudança que tem a suposta intenção de mudar o quadro de defasagem idade-série da rede estadual do Rio de Janeiro e proporcionar aos estudantes que vivem essa dificuldade uma nova qualidade de vida, possibilitando novos conhecimentos e perspectivas no mercado de trabalho. Fiz uma pesquisa mas não consegui achar muita coisa detalhando o significado do projeto em linhas gerais. O que sei é que se trata de um convenio assinado entre o governo do Estado do Rio de Janeiro e a fundação Roberto Marinho, sendo que aquele teve que pagar uma quantia significativa à referida fundação. Sei também que no projeto autonomia, os alunos são acompanhados por um professor supostamente “capacitado para dar aulas de todas as disciplinas” , o que, à primeira vista, parece impossível e que, em tese, os alunos teriam 160 horas de aulas presenciais, além do auxílio de outras mídias, como vídeos e livros.

Nesse projeto, os cursos de ensino fundamental têm duração de um ano e os de ensino médio de um ano e meio. Podemos antever que haverá, dessa maneira, muito mais “alunos formados” nos próximos anos por meio do projeto do que haveria se seguissem o curso regular que seria de três anos no ensino médio e de, no mínimo, dois anos no ensino fundamental. Pelo menos as estatísticas seriam amplamente favoráveis, pois o que vale para muitos organismos internacionais são os números. Mas a qualidade do ensino... deixemos isso para o final.

Não vou me alongar muito mais para não ser deveras cansativo, podendo dizer apenas que diante do exposto até aqui, mesmo considerando a minha parcial ignorância, sendo por isso mesmo muitas as minhas duvidas posso fazer às autoridades responsáveis pela Educação estadual os seguintes questionamentos ou, se preferirem, colocar as seguintes duvidas, não apenas minha mas de muitos colegas que ainda não compreenderam em toda a sua extensão a implantação do projeto em questão que tem tudo haver com o nosso cotidiano e que, ao que parece, pode ter vindo para ficar ou para durar muito tempo:

1- Será que um professor de Historia, como eu, terá condições de tirar duvidas de Física, Matemática ou Química que são ciências ou áreas de conhecimento totalmente distintas da habilitação para a qual prestei concurso?

2- E os professores de Matemática, Física ou Química, eles, por seu turno, poderão tirar duvidas de Historia, Geografia ou Português?

3- A capacitação de alguns dias habilitará o docente ou dará a este a competência que é necessária para trabalhar com todas as disciplinas?

4- Dada a dimensão que o prjeto está tomando em muitas escolas, podemos também perguntar sobre os docentes que não se propuserem a fazer tal mudança ou não quiserem participar do projeto. como ficará a situação deles? serão obrigados mesmo contra a vontade?

5- Sendo já um fato consumado em muitas escolas da rede estadual, como os especialistas em educação ou as autoridades da rede estadual analisam a formação dos alunos formados com base nesse projeto?

6- Os alunos formados por esse meio terão condições de prestar um vestibular ou mesmo concorrer em uma prova do ENEM com outros candidatos formados no ensino regular?

Todas essas duvidas passam pela nossa cabeça mas tratam-se de apenas algumas dentre muitas outras questões que pedem esclarecimento a respeito da implantação do projeto autonomia que chegou sem que os principais interessados, os docentes, tivessem sabido com antecedência do que se tratava. Pelo menos foi essa a impressão que tive.

Francisco Lima.

terça-feira, 19 de maio de 2009

AS FAMILIAS DA PÓS-MODERNIDADE...

As famílias da pós-modernidade

Recentemente li um artigo no Brasil escola intitulado: crise familiar no qual a autora comenta que as crises dos mais diversos setores da sociedade teriam atingido também a família tradicional, ou seja, o novo modelo familiar seria inadequado e estaria afastando muitas vezes os filhos da convivência com o pai e a mãe, com era no modelo tradicional. Segundo ela, nesse novo modelo, as separações são muito comuns e, na visão da autora, é necessário que haja mais compreensão entre as pessoas e que a crise familiar não deve significar se desfazer do atual casamento e tentar um outro, pois tudo voltaria a ser como antes, isto é, tudo cairia na mesma rotina até que um se canse do outro novamente e queira de novo a separação, como num circulo vicioso.

Concordo com alguns argumentos da autora, principalmente quando ela defende que as pessoas tenham mais compreensão e paciência uns com outros tentando superar as diferenças para aplacar eventuais crises que são e sempre foram comuns em todos os casamentos, pois não existe casamento se não houver diferença, que as vezes pode se transformar em conflito, em divergência. Se um concorda com o outro em tudo, alguém esta mentindo para deixar o seu parceiro satisfeito ou pode ser que um dos parceiros se submeta totalmente ao outro até se anular, não tendo opinião própria para “manter-se feliz” em um casamento sem crise. Isso é precisamente o que prevaleceu em muitos casos no chamado casamento tradicional.Discordo totalmente da autora quando ela, para defender a manutenção do casamento, diz que outros casamentos não dariam certo da mesma forma que o primeiro pois a pessoa que se separou pela primeira vez não conseguiria suportar outro casamento, pois estes teriam os mesmos problemas que o primeiro e ela não suportaria passar por tudo o que já passou de novo. Isso equivale a dizer que toda pessoa que separa estaria inapta ao casamento, pois não teve a “competência” para segurar o primeiro. Sendo assim é melhor que ela permaneça sozinha para sempre e não arrume mais família, pois não tem aptidão para isso. E o mais curioso disso tudo é que autora do artigo, contrariando a tudo o que o defende, casou-se com alguém que já havia se separado e tinha dois filhos de outra relação. Vai entender um negocio desses!!

Não defendo de maneira nenhuma as separações, pois sei o quanto são dolorosas para as crianças, que acabam sendo as principais vitimas desse processo, mas defendo menos ainda muitas coisas que acabam sendo esquecidas todas as vezes que queremos defender o chamado casamento tradicional. Sei que existiam muitas famílias que eram realmente felizes, muito unidas e que até hoje são modelos a serem seguidos, mas sei também que existiam muitos casos em que a aparência era tudo, sendo o homem um verdadeiro carrasco e a mulher tendo que obedecê-lo em tudo, sendo uma sofredora que não tinha direito a vez nem voz. Imaginem as crianças no meio disso tudo? Sofriam muitas vezes com maus tratos e não podiam sequer falar com alguém o que estava se passando com medo de represálias. As mulheres eram as chamadas Amélias que tudo tinham que fazer para segurar o seu casamento, pois a mulher separada era mal vista ( e ainda é em muitos casos) pela sociedade. Por essa razão, suportava tantos sofrimentos calada. Esse foi o modelo de família no qual vivi, sendo o nosso genitor a figura que mais temíamos quando crianças. Minha mãe se defendia na fé, isto é, ia para igreja nos momentos de crises mais agudas, tendo o padre como única testemunha dos fatos e nós, na maioria das vezes, é que ficávamos expostos e sofríamos todas as conseqüências. Para quem estava de fora, no entanto a propaganda era outra, pois para muitas pessoas a nossa família era um bom modelo a ser seguido, já que ninguém sabia o que se passava na nossa “intimidade familiar”.

Em suma, não defendo a chamada família tradicional por não poder separar o que é de fato a “família- modelo do que é só aparência, alguma coisa superficial, mas que é suficiente para que as pessoas olhem e imaginem haver muita harmonia, paz , felicidade etc., enfim, tudo isso para que as pessoas invejem tal família. Eu defendo sim que os pais, separados ou não, sejam amigos dos seus filhos, que estejam preocupados com o seu futuro, que lhes dê muito carinho e aproveite bastante os poucos momentos juntos quando estiverem separados por força das circunstâncias. Quando tiver que ser num modelo familiar diferente do habitual, com filhos de outros casamentos convivendo juntos com meios irmãos, que haja tratamento igualitário dos pais em relação a todos para que a união possa prevalecer e que todos se amem e se tratem como se fossem irmãos de fato, pois os laços consangüíneos, muitas das vezes dizem pouco ou quase nada, porque as vezes encontramos verdadeiros irmãos que são aqueles amigos que estão do nosso lado em todos os momentos da nossa caminhada terrena, especialmente quando mais precisamos.

O amor e o respeito entre todos os membros desses novos arranjos familiares que se configuram são mais importantes que qualquer tentativa de tentar resgatar o que já não tem mais razão de ser em uma sociedade plural como a nossa. A mulher ganhou o seu espaço, mas ainda há muito a ser conquistado. Nessa sociedade, não há mais espaço para o retrocesso. O mais importante nesse processo de mudanças acirradas é fazermos nossa parte transmitindo valores calcados na realidade e não na aparência para criarmos uma geração com valores reais e não fictícios ou aparentes como foi até agora em muitos casos.

Francisco Lima