sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SEGURANÇA x SATISFAÇÃO...

Segurança versus satisfação

Às vezes nos acomodamos a determinadas situações em que, mesmo sabendo que podemos mais, nos prendemos devido a uma ou outra circunstância. A segurança que às vezes sentimos pode nos levar a aceitar anos de insatisfação por causa da incerteza e, muitas vezes, do medo de arriscar. Tornamos-nos, assim, escravos de uma situação que pode nos deixar oprimidos e insatisfeitos e isso, além de frear nossos desejos de alçar voos mais altos, pode chegar ao ponto de nos deixar extremamente frustrados por aquilo que devíamos e poderíamos ter feito e não fizemos.
Não há nada mais frustrante que vermos o tempo passar e atestarmos que , apesar de alguma conquista material, não nos abrimos para a mais importe das conquistas que é a satisfação de poder fazer algo que nos traga algum prazer. Isso dependeria, na maioria das vezes, apenas da nossa vontade de buscar o que julgamos melhor para nós. A segurança trazida por uma situação relativamente estável nos deixa como que engessados e, às vezes, não nos julgamos capazes de abrir mão dessa suposta segurança. Algumas vezes é preciso ousar e acreditar no nosso potencial e para isso é preciso arriscar. Se não arriscarmos, nunca saberemos o que poderia ter sido e continuaremos na mesmice.
Quando no, entanto, a oportunidade aparece, mesmo que a opção pela mudança traga alguma desvantagem material, não podemos perder o ensejo de começar a fazer tudo diferente. Traçar um caminho próprio, que nos leve a buscar uma trajetória que nos seja mais satisfatória e nos abra mais horizontes é salutar. Mesmo por que se as oportunidades surgiram foi devido a nossa busca por algo novo. A insatisfação nos levou a essa busca e não podemos desperdiçar esse momento. É agora ou talvez nunca!!
Por isso, é necessário que tenhamos fé e acreditemos no nosso poder realização. Com vontade poderemos alcançar muito mais do que temos conseguido. Então, bola pra frente e tenhamos sucesso nessa nova empreitada.

Francisco Lima

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A SOLIDARIEDADE VENCEU O PRECONCEITO....

A solidariedade venceu o preconceito.

Não gosto muito dessas celebridades instantâneas que surgem quase todos os dias na mídia. As futilidades ganharam um espaço muito maior do que deveriam na televisão e nos jornais e muita gente faz qualquer loucura para ter a sua imagem divulgada pelos quatro cantos do país.
Não há limite para isso e em programas de reality shows como big brother não há outra intenção que não seja a de mostrar a intriga na relação entre os seres humanos que estão passando pelo teste de convivência juntos fechados em uma casa. Mas a necessidade de ibope pede outras atrações e a baixaria chega a seu ápice quando são incentivadas as relações amorosas entre os participantes. A TV mostra de forma velada as supostas relações sexuais que rola entre esses casais formados exclusivamente para aumentar a audiência do programa, quando essa está em declínio.
Eu não seria contrario a esse tipo de programação se ele acrescentasse alguma coisa em termos culturais, com atrações mais criativas que fizessem os participantes raciocinar. A dificuldade está exatamente ai, pois a maioria desses participantes tem ojeriza a raciocínios mais elaborados e, nesse sentido, o programa vai na contramão disso, chegando ao ponto de valorizar, de dar mais notoriedade, justamente aqueles que se mostram mais avessos à cultura. O tal do Cleber Ban Ban é apenas um exemplo disso.
Mas, talvez a globo saiba direitinho que está fazendo, pois enquanto mantiver o povo na ignorância, poderá sempre utiliza-lo como massa de manobra. Pelo menos é o que ela pensa!
O fato de citar o big brother foi apenas uma divagação da minha parte para ilustrar a grande cultura das novas celebridades brasileiras. Mas, existem casos em que a aparição na TV não foi algo planejado e ainda assim cria-se mais um mito que ao ser visto na rua é alvo de todas as atenções, tendo que dar autógrafos a todos que o cercam. Tal foi o caso da estudante Geysy Arruda que sofreu com muitas ofensas dos “colegas da universidade UNIBAN” só por que utilizava uma saia supostamente curta. Por pouco ela não foi agredida e a universidade ainda estava apoiando a atitude hostil dos vândalos travestidos de estudantes. Só voltou atrás quando foi obrigada e, por isso, já foi taxada com razão por muitas pessoas de UNITALEBAN em referência ao grupo terrorista radicado no Afeganistão.
O fato foi exaustivamente mostrado na televisão e, por causa disso, a moça (Geysy Arruda) ficou nacionalmente conhecida. Em solidariedade a ela, a grande maioria da população e da imprensa prestou seu apoio. O fato acabou sendo extremante positivo para a moça e ela fez varias cirurgias plásticas estéticas e sem nenhum custo, se preparando assim para ser devidamente aceita no mundo das celebridades. No carnaval de 2010, saiu como destaque escola de samba porto da pedra no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Ela está vivendo um conto de fadas, graças aos vândalos que tentaram agredi-la. Eles estão se mordendo de raiva, pois não esperavam que fossem promovê-la dando-lhe tanta notoriedade. Tinham em mente exatamente o contrario, pois a intenção talvez fosse bani-la para sempre, mas o tiro saiu literamente pela culatra. E agora são obrigados a engoli-la na mídia quase todos os dias. Como devem estar sofrendo!!

Por tudo isso, eu torço para que essa moça se forme e tenha sucesso na carreira profissional que escolher e se puder aparecer de vez em quando para atestar o quanto está bem sucedida será ainda melhor para mostrar aos preconceituosos o quanto eles estiveram errados quando escolheram esse caminho. Isso servira também para causar-lhes um pouco inveja, o que será ainda melhor.

Francisco Lima

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

TRAJETÓRIA DE UM VENCEDOR...

Trajetória de um vencedor.

Ele é um personagem controverso, querido por muitos odiado por alguns, mas que tem alguns atributos que mesmo aqueles que dizem não admira-lo têm que admitir essas qualidades: É uma figura carismática e possui uma liderança que até os seus supostos inimigos hoje admitem.
Como muitos brasileiros é filho de família pobre, aliás, paupérrima e passou fome na infância, enfrentou a aventura do pau de arara do Nordeste para são Paulo e foi com muita batalha que conseguiu galgar um caminho de sucesso até chegar aonde chegou.
Entrou para o movimento sindical no final dos anos sessenta e batalhou muito até conseguir aproximar o sindicato daqueles que são a razão de ser dessa entidade, ou seja, dos trabalhadores. Teve total êxito em sua empreitada e conseguiu 98% dos votos em sua segunda candidatura a presidente da entidade.
É bom lembrar que para os trabalhadores o sindicato, antes da entrada em cena desse personagem, era algo totalmente distante, quase uma abstração. Essa situação só foi mudando quando esse personagem entrou em cena e colocou em pratica os planos que acalentara desde que foi eleito diretor da entidade pela primeira vez no fim dos anos 60. Podemos afirmar com toda a certeza que foi ele o responsável por criar toda a estrutura para tornar o sindicato o que viria a ser posteriormente. As mudanças empreendidas por ele foram, nesse sentido, o divisor de águas para mudanças em outros sindicatos da mesma categoria, tendo até mesmo influência em outras entidades de outras categorias. Desse modo, o cara revolucionou não só o sindicato do qual era presidente, mas também serviu como referência para outras categorias e não foi a toa que ganhou tão grande notoriedade.
Durante toda a sua carreira sindical, leu bastante, se muniu de todo o material teórico que lhe embasasse para discutir com quem quer que seja e em igualdade de condições sobre socialismo, marxismo e outras leituras necessárias a um sindicalista bem informado. Não ficou para trás nesse sentido, mas não achou necessária uma formação acadêmica. Talvez isso não tenha sido tão importante para alguém que se constituía na luta diária da base sindical, alguém que se tornava mais e mais importante a cada dia, sem, no entanto buscar isso para si como vaidade pessoal.
Mas ele foi ganhando notoriedade pelo seus feitos, pelo que se mostrava no dia a dia e não por favores de quem quer que seja. Alcançou fama internacional pelo que tinha conseguido graças aos seus próprios esforços na luta sindical e sua importância, a essa altura, já transcendia o movimento sindical.
A elite brasileira que sempre foi conservadora e preconceituosa começou a incomodar-se com o destaque que estava ganhando esse “Zé ninguém”. Esse filho pobre do nordeste não poderia merecer tamanho destaque dos meios de comunicação. Era insuportável tolerar um cara que fala um português incorreto, que se porta como um “cafona e grosseiro” e tem os seus modos semelhantes aos pobres que não sabem se portar em ambientes requintados. Era necessário que se fizesse alguma coisa para tira-lo de cena.
Ele foi um nome de destaque na fundação do partido dos trabalhadores (PT) e a elite não conseguiu fazer nada para frear a sua ascensão e o cara conseguiu eleger-se deputado federal. Foi longe demais, diria essa mesma elite que não mais suportava vê-lo em seu meio sem que tivesse qualquer mérito de berço que o justificasse. Se ao menos tentasse se adaptar, vá lá! Mas o cara teima em ser pobre no meio dos ricos! Desse jeito, acaba subvertendo a ordem natural das coisas e isso é imperdoável.
O tempo passa e o sujeito, muito sem noção do seu lugar na sociedade, acaba candidatando-se a presidente da republica. Tá bom, candidato qualquer um pode ser!! Com certeza ele será mais um daqueles que só querem aparecer e não dará nem para a saída, pois o povo não será tão ignorante a ponto eleger um “semianalfabeto” a presidente! Opa! Aconteceu o que ninguém esperava, pois o azarão, o cavalo paraguaio foi muito bem votado e foi para o segundo turno e disputará agora com o candidato que é o modelo perfeito. Homem bonito, culto, chique, e que fala vários idiomas. Apesar de ter surgido na política pelos favores de políticos ligados à sua poderosa família, ainda assim, é o homem perfeito. Com formação universitária e currículo impecável é o homem ideal para dirigir a nação. Somente Collor, esse é nome do candidato da elite e de toda a imprensa marrom, tem competência para dirigir um país tão complexo. Se não for elle, não haverá em hipótese alguma de ser o outro.
As pesquisas indicam que o candidato sem méritos, sem berço e que deseja tornar o País uma nação de descamisados, de pobres, está crescendo mais do que o previsto. O outro, o candidato da elite reage prometendo acabar com os descamisados, mas o golpe de misericórdia foi dado pela imprensa marrom. A rede globo editou um debate em que o candidato dos pobres foi muito melhor e os jornais seguiram a farsa global e disseram que o representante da elite fora mais articulado.
Como se tudo isso não bastasse, o representante dos afortunados contratou uma mulher miserável para derrubar de vez todas as chances do pobre que deseja chegar ao poder. A mulher diz que tem um filho abandonado e que o pai seria justamente o pobre que teimava em se meter no mundo dos ricos. Foi o golpe fatal . O povo não ia votar em um cara que tem coragem de abandonar um filho, embora milhões de crianças sejam abandonadas pelos seus genitores pelo País afora. A farsa foi descoberta mais tarde, pois a mulher não recebeu o pagamento pelo “serviço prestado” e botou a boca no trombone.
A luta contra a elite e os preconceitos sofridos não desanimaram o então outrora preferido dos pobres. Agora não apenas os pobres, mas uma grande parcela da classe média já reconheciam o seu valor. Isso, no entanto, não foi suficiente para ele vencer o agora representante dos ricos FHC. O plano real, tido como feito do candidato, foi suficiente para elegê-lo duas vezes derrotando um cara que já não era um intruso que se imiscuiu no universo dos ricos. Era uma ameaça real e a elite se desesperou quando não tinha mais candidato que pudesse lhe fazer frente. FHC não poderia mais ser candidato e os seus pares não possuíam o mínimo carisma. A arrogância do candidato da situação, José Serra, acabou sendo um grande obstáculo que, desse modo, não teria chances contra o agora fortalecido e insistente operário que via finalmente a chance de ser o maior mandatário desse País.
O cara conseguiu vencer as eleições e governou contra os preconceitos da elite, contra a imprensa que tudo fez para tentar envolvê-lo diretamente nos muitos casos de corrupção então divulgados. As alianças que teve que fazer em nome da governabilidade colocou na base aliada do governo políticos corruptos, inescrupulosos e os fatos chegados à imprensa chegaram a abalar a credibilidade do governo, mas, para desespero dos ricos, conservadores e imprensa marrom, sempre esteve longe de abalar a imagem do agora popularíssimo presidente.
Um novo mandato lhe foi concedido e sua vitoria foi esmagadora. Agora a maior parte dos analistas elogiam os feitos do governo. A imprensa continua em busca de fatos negativos que eventualmente estejam associados à figura do presidente. Não conseguindo tais fatos, tenta ridicularizá-lo insistindo no que chama de gafes mostrando os supostos erros e tropeços com as palavras que nada mais são que o jeito simples de quem fala de forma natural sem a preocupação com o que seria erro do ponto de vista gramatical. A imprensa deixa bem claro que o preconceito que nutre pelo presidente jamais terá fim. É até compreensível, pois a nossa imprensa sempre esteve e está a serviço da elite. Dá para entender que se trata de um antagonismo que opõe os intelectuais e ricos preconceituosos de um lado e os pobres e supostamente iletrados do outro.
O prestigio alcançado ao redor do mundo, não pode ser fruto do acaso. A sorte, que alguns lhe atribuem em larga escala para justificar seus feitos, não lhe daria a honra de ser elogiado pelo homem mais importante do mundo, o presidente dos Estados Unidos. E não é qualquer presidente, pois se trata de Barack Obama, a liderança carismática mais importante dos últimos tempos na política norte-americana. Enquanto Obama dizia que Lula era o cara mais conhecido da face da terra, a imprensa brasileira ainda caía de pau no nosso cara apenas por que ele disse a incontestável verdade de serem os loiros de olhos azuis os responsáveis pela crise econômica que assolava o mundo na época. Eis um paradoxo que deixou a nossa imprensa marrom com um sorriso amarelo.
Mas a batalha de Lula contra o preconceito, porém, não se limita a apenas ter que enfrentar a elite e a imprensa. Muitos pobres “iletrados” e alguns supostamente esclarecidos, mas, que talvez sejam mais ignorantes que os primeiros mostram por ele uma resistência às vezes maior que a mostrada pela elite, que não é boba e já viu o valor de Lula, embora jamais admitam isso. Pois bem esses pobres e os esclarecidos ignorantes deixam que o preconceito seja tão grande que nem buscam saber a veracidade dos fatos. Preferem acreditar no acham ser verdade, movidos pelo discurso preconceituoso da imprensa e não se dão conta do quanto estão sendo ignorantes e manipulados pelos poderosos.
Na minha opinião o Brasil se tornou mais justo com a eleição de Lula. Até então, tínhamos uma “democracia para ricos”, onde eles se revezavam no poder e para os pobres, muitas vezes, eram negados até os direitos mais básicos. Reconheço que ainda há muito que fazer nesse sentido, mas a elite já está preocupada e luta com todas as armas possíveis para manter o seu status quo e nós, às vezes, estamos dando a nossa contribuição, sem nos darmos conta, para a manutenção desses privilégios dos bem nascidos.

Francisco Lima