É preciso união de esforços para superar o caos.
Para se fugir das turmas superlotadas é preciso ter criatividade. Não é possível dar uma aula decente em turmas que podem chegar a sessenta alunos ou até mais em determinados casos, pois a política oficial é não dispensar alunos, “evitar a exclusão.” Mas será que este “tipo de inclusão” é realmente o melhor caminho? Sem dúvida que não, pois se o professor não consegue trabalhar adequadamente nessas condições a contrapartida obvia é que os alunos também sofram as consequências dessa situação não tendo aulas de qualidade, não participando como deveriam desse processo dialético, que como tal deve ser de mão dupla, isto é deve primar pelo dialogo professor-aluno e traduzir-se no binômio ensinar-aprender sem a hierarquia rígida tradicional que coloca cada um dos atores em seus devidos lugares, sendo o professor o detentor dos conhecimentos e o aluno um passivo e agradecido paciente que recebe as prescrições do seu mestre. Enfim, esse processo não pode resumir-se ao que Paulo Freire designou de educação bancaria.
Essa inclusão às avessas acaba comprometendo de forma grave a formação dos discentes e pode gerar consequências indeléveis para a vida deles. Ou seja, a tão propalada inclusão acaba não se configurando na prática após a formação desses alunos e eles se deparam com um mundo cada vez mais competitivo e exigente que lhes cobra múltiplas habilidades e competências, palavras que estão na ordem do dia, mas que para esses jovens significa um esforço de adaptação que muitas vezes esbarra na falta de base de uma formação deficiente. Aqueles que se mostrarem mais hábeis acabam se adaptando na marra se quiserem realmente ser inseridos na sociedade da informação, no mundo globalizado.
Enquanto o estado não investir na expansão da educação básica, principalmente construindo mais escolas em localidades onde há muita carência essa distorção vai continuar e a inclusão de fato não vai acontecer para muitos jovens, especialmente os residentes em localidades mais carentes. No entanto, enquanto as políticas governamentais não chegam a concretizar-se, é possível minimizar as consequências desse problema com ideias criativas, mas que não podem ser vistas como soluções, pois elas só serão exequíveis com a concordância e a participação de todos, tanto dos professores, quanto de toda a comunidade escolar. Da contribuição de todas as partes vai depender o sucesso de qualquer empreitada.
Francisco Lima
Um comentário:
PARA TUDO QUE SE QUEIRA FAZER EM CONJUNTO, SEM´PRE SERÁ NECESSÁRIA A ENTREGA TOTAL DE TODAS AS PARTES, SENÃO TODOS PODEM SER RESPOSÁVEIS PELO FRACASSO DA EMREITADA.
Postar um comentário