Gente desculpe o que parece ser meio melancólico, mas eu escrevi isso na virada de 2008 para 2009 e não divulguei para ninguém. Aliás, até eu mesmo havia me esquecido desse texto.
Não precisamos ser iguais....
O último dia do ano deveria ser um dia de alegria para todo mundo. Nem sempre é assim. Há pessoas que por diversos motivos não se sentem totalmente alegres, outras questionam esse tipo de “confraternização” , em que pessoas que você suspeita ou até mesmo sabe que não te são muito simpáticas, de repente, num súbito acesso de euforia resolvem te abraçar e te desejar todas as alegrias do mundo no ano que virá, ainda que não estejam sentindo nada disso, o que geralmente acontece, só verbalizando o que já é do costume fazê-lo.
Algumas pessoas mais práticas ou até certo ponto sinceras, como este que vos escreve são taxadas de anti-social ou outros adjetivos que qualifiquem todos aqueles que se negam a seguir um modelo padronizado de comportamento. Muitas pessoas seguem esse modelo ainda que para isso tenham que, muitas das vezes, negar sua própria essência, isto é, mostrar uma simpatia superficial tentando esconder os seus verdadeiros sentimentos diante dos algum desafeto. Em tais casos comumente sabemos que a aversão é mútua e ainda assim fazemos um esforço para nos mantermos bem quistos na sociedade.
A partir de 1º de janeiro, tudo volta a ser como antes, os desafetos voltam a ser os mesmos e continuamos cercados por aqueles com os quais mais nos afinamos.
Mas, será que precisamos agir assim? Será que temos que negar a nossa essência para sermos aceitos em sociedade?
Eu defendo que não e acho que podemos ser o que somos, nos cercarmos, sempre que possível, somente das pessoas de quem gostamos e se isso não for possível existe algo muito importante que podemos fazer: aproveitarmos, se isto for possível, para exercitarmos o que temos de melhor e que, na maioria das vezes, só fica na intenção. Estou falando do amor pelo próximo, da ajuda aos que precisam, sendo isso uma forma de nos sentirmos bem e ao mesmo tempo de sairmos do lugar comum dos beijos e abraços sem sentimentos nobres ou, o que acontece na maior parte das vezes, fugirmos das representações onde os lábios expressam o que os olhos desmentem.
Francisco Lima
2 comentários:
Caro, Chico. Mais uma vez a sua leveza aliada ao seu senso crítico, surpreende-nos com mais um belíssimo texto que fala exatamente acerca da condição humana. Parabéns pelo belo e verdadeiro texto.
é dificil viver contra a corrente,gostei desse texto,pois penso dessa mesma forma e nao consigo ser falsa,e tento nao viver sò de aparecer.. nao suporto esses cumplimentos inuteis,beijos,e mensagens falsas de quem nem mi conhece,e diz que mi ama!mas infelismente vivemos em uma era que o aparecer,vale mais que o ser
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