sábado, 5 de setembro de 2009

A RELIGIÃO TEM QUE SER VIVENCIADA COM EXEMPLOS...


São inacreditáveis as barbaridades que se fazem em nome da religião. Os ensinamentos daquele que era para ser o modelo para todas as religiões cristãs foram totalmente esquecidos faz bastante tempo. Grande parte das denominações religiosas não é mais que uma forma, talvez mais rápida e fácil, de enriquecer os seus principais líderes, ou seja, em muitos casos a religião está virando uma espécie de comercio, mas um comércio diferente onde não se compra nada de material, mas adquiri-se, supostamente, um passaporte para o céu e essa “viagem” pode ser em classe econômica ou especial, dependendo do poder aquisitivo de cada fiel.

Mas, falando um pouco mais serio é bastante difícil de encontrarmos religiões onde não há pessoas preocupadas com a vida alheia, procurando motivos para criticar seu “irmão ou irmã” que está com a mesma roupa que estivera no ultimo encontro. Esses “irmãos têm o único intuito de achar motivos para se divertir às custas alheias e futilidades desse tipo não deveriam existir em um ambiente onde, em tese, todos deveriam buscar o crescimento interior. Trocando em miúdos, nem todas as pessoas que estão numa casa religiosa, seja ela uma igreja centro espírita ou qualquer outro templo destinado a prática religiosa, têm em mente propósitos mais sérios, fazendo da religião uma extensão da rua onde predominam a intriga e a fofoca. A religião nesse sentido, para essas pessoas, é mais uma forma de entretenimento, onde se podem colocar as fofocas em dia, falar das novidades que quase sempre envolvem algum “amigo em comum”.

Tá bom vamos dar um desconto, pois estamos falando de seres humanos e quase todos tem os seus defeitos e eu não escondo que também tenho os meus, pois cá estou também a falar dos defeitos alheios e escondendo as muitas mazelas que me dizem respeito e que só quem convive comigo de perto conhece um pouco delas. Um pouco, pois eu procuro escondê-las como a maioria dos seres humanos o fazem. Entrementes, ainda que incorra no engano de criticar os mesmos erros que hora cometo, o faço com a melhor das intenções, mesmo sabendo que o inferno anda cheio de gente com boas intenções, uso essa prerrogativa para fazê-lo. E o farei porque acredito que a religião deveria ser o espaço para nos despojarmos das nossas mazelas, um espaço para refletirmos e buscarmos nos aproximar cada vez mais do criador, pelo menos se fossemos agir conforme indica a etimologia da palavra “religião” que significa ligar novamente, ou simplesmente religar, isto é, a religião seria o espaço para nos ligarmos novamente ao criador de todas as coisas. Mas, aparentemente não é isso o que vem acontecendo.

Observando o comportamento de muitas pessoas que frequentam as mais diversas religiões, vemos que é muito comum que esses fiéis julguem que somente a sua religião é portadora da verdade absoluta. As demais religiões seriam um engodo e muitas dessas pessoas se julgam tão podereosas e tão prepotentes e confiantes no poder que emana da sua religião, especialemente no caso de muitos católicos, que todas as demais denominações relogiosas tranformam-se em seitas. Em um belo trabalho realizado na favela de Acari entitulado “As cores de Acari” e que serviu como sua tese de doutorado o antropólogo Marcos Alvito fez uma excelente etinografia daquela comunidade. Quando partiu para o estudo das religiões, as evangélicas tiveram um destaque especial por serem mais numerosas na comunidade. Essas religiões são divididas em pentecostais, neopentecostais, historicas etc. Nas entrevistas, ele pôde observar que todas elas tem a sua estratégia prórpia para atrair os fieis, mas quase não há exceção quando o assunto são as outras denominações, pois quase todos os lideres sempre encontram muitos motivos para criticar os seus “colegas”.
Entrevistando um pastor da assembleia Deus, que é a igreja mais rigorosa em muitos aspectos, observou o pesquisador que o referido lider religioso ocupou muito do seu tempo em criticar as “outras religiões evangélicas”, principlamente no que ele (o pastor)considerava a pequenês das outras religiões, ou seja a pobreza da qual não sairiam nunca na opinião dele e ressaltou que: Para ser bom pastor tem que ser igual a ele consagrado na igreja matriz da sua denominação, sendo que todos os que fizerem difrente do que ele faz(no tocante aos cultos) irão prestar contas no juízo final, ou seja, o céu pode estar reservado apenas para ele e os seus pares.

Mas unanimidade negativa, no entanto, são os chamados “macumbeiros”.Esses, definitivamente são os alvos preferidos de quase todas as religiões, especialmente as chamadas evangélicas, que elegeram os irmãos praticantes dos cultos afro-brasileiros como bodes espiatórios e quase todas as vezes que vão fazer referência à figura mítica do demônio(talvez o nome mais falado em muitos cultos evangélicos) o associam automaticamente aos cultos de origem africana. Ficando apenas por aqui, dá para se ter uma idéia de um dos motivos que levam tantos féis a tecer críticas e fazer intrigas, usando a igreja ou qualquer outra “casa religosa” como espaço de convivencia social, mas que não contribui para a elevação do espírito, sendo que em muitos casos não há a verdadeira sociabilidade, a solidariedade e, principalmente, o desejo de mudança interior. Pode-se creditar essa situação, em parte, aos exemplos vindos de cima, isto é, ao fato de muitos líderes religiosos não darem os exemplos que derveriam para que sirvam de espelhos para os seus fiéis.

Francisco Lima

Um comentário:

Anônimo disse...

Por essas e outras razões, muitas pessoas acabam se afstando das religões tradicionais que mais dividem os seres humanos do que unem. Não é realmente necessaário a intermidiação da religião para que possamos estar em harmaonia com Deus.