sábado, 27 de junho de 2009

MICHAEL JACKSON VAI FAZER FALTA...

Michael Jackson vai fazer falta
Dinheiro não é garantia de felicidade: esta frase, pode até ser um jargão já bastante batido, que muitas pessoas contestam, muitos com o argumento de que gostariam de ser milionários para saber, sendo que para estes os que esta frase proferem quase nunca experimentaram a riqueza, ou seja, não sabem sensação do que é ser rico. Por isso posso até ser taxado de démodé, mas, ainda assim, vou me arriscar, vou expressar o que penso sobre o assunto: dinheiro não é sinônimo de felicidade, pois dependendo do encaminhamento que passamos dar à nossa existência em função do poder que a riqueza nos confere, pode até representar um retrocesso na nossa caminhada evolutiva, pois o orgulho, a vaidade e outras coisas que podem nos levar a cometer muitos desatinos tendem a aflorar, pois as nossas vontades podem ser quase todas satisfeitas. Daí para o exagero pouco custa.

Quando a riqueza está lado á lado com o sucesso de uma carreira artística muito bem sucedida e sobrevém a fama merecidamente conquistada pelo talento inconteste de muitos artistas que se transformam em verdadeiros mitos, essas pessoas como humanas que são, podem cair em armadilhas e ter a sensação de que são verdadeiros deuses, de que está muito acima dos seres humanos comuns, dos simples mortais. Aí é que mora o perigo, pois quando o orgulho e a vaidade nos dominam, somos capazes de nos diferenciar dos demais seres humanos sim, mas não por sermos melhores, ao contrário, pouco á pouco vamos nos afastando da condição de simples seres humanos até nos considerarmos inatingíveis, quando o exagero se transforma em quase loucura.

Um grande personagem do mundo artístico acaba de deixar o plano terreno e, com certeza, vai deixar muitas saudades, pois muita gente o considerava um mito, um verdadeiro ser sobre-humano pelo grande talento que este artista possuía. Apesar da longa decadência por que passava esse artista, ele não pode ser jamais contestado em seu talento por quem quer seja. Pode não ser uma unanimidade, pois ninguém o é, mas conseguiu o que poucos artistas conseguiram que é ser cultuado por gerações diferentes.

Estou falando Michael Jackson que foi criticado por muitos pelas suas excentricidades, pela sua vaidade e orgulho desmedidos que a condição de grande ídolo acabou aguçando e também pelo seu modo de viver às vezes pouco convencional. Michel viveu em um mundo em que as utopias já não tinham mais razão de ser. A geração de 60 queria mudar o mundo, queria sensibilizar os governantes para a causa da paz, convencendo-os de que a guerra é uma insanidade. A geração oitenta vê o socialismo em agonia e com isto vê reduzida a esperança de um mundo melhor, mais justo e menos desigual. A aparência então é tudo o que mais importa para essa nova geração e Michael Jackson talvez tenha sido vítima desse modo de encarar a vida, transformando-se sucessivamente como numa metamorfose sem fim ou, como diria outro ídolo, Raul Seixas, tornando-se uma metamorfose ambulante.

O que mais importa destacar, entrementes é que Jackson doou milhões de dólares durante toda sua carreira às causas beneficentes através da Dangerous World Tour, trabalhos voltados à ajuda e manutenção de 39 centros de caridades. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência, principalmente a da cor de pele geraram controvérsia significante a ponto de prejudicar sua imagem pública.

Se todos os artistas ricos e milhonários em geral tivessem a bondade de Jacckson ou ajudassem os pobres com pelo menos uma pequena parte de sua fortuna, talvez não existisse mais fome no mundo. É principalmente por isso isso que devemos lamentar, e muito, a morte desse grande ser humano que foi Michael Jackson.

Francisco Lima

Um comentário:

Unknown disse...

Estimado Chico,
"O homem nasce puro, a sociedade o corrompe." Sei que vc se lembra perfeitamente do autor desta frase...Rousseau. Pois bem. Ainda que não fosse fã do estilo de música de Michael Jackson, não posso negar o seu brilhantismo enquanto ídolo pop, e como vc bem disse "... arrastou fãs de várias épocas diferentes."
Concordo também quando disse que o orgulho aliado a outras atitudes humanas contribuem e muito para essa corrupção do sujeito que o Rousseau imaginou lá atrás no século XVIII.
Parabéns, trata-se de um belo texto.
A luta continua.
Marcelo Adriano.