Nova prova do ENEM
A mudança do modelo da prova do ENEM centrada agora em áreas e não mais em disciplinas, pode trazer alterações na educação básica, especialmente, a principio, no ensino médio. As novidades são a divisão da prova em áreas distintas como: matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Deverão ser 50 questões para cada uma dessas áreas.Há a possibilidade, porém de uma mesma pergunta incluir, ao mesmo tempo, temas de história e geografia, de biologia e química ou de literatura e compreensão de linguagem. Especialistas afirmam que esse novo modelo exigirá dos estudantes conhecimento, raciocínio e, principalmente, capacidade de relacionar temas para chegar à resposta correta. Modelos de questões mostram que o novo Enem será não apenas mais longo, mas bem mais complexo. “No Enem atual, o aluno não precisa, por exemplo, saber ciências. Uma pessoa que lê bastante pode ter um bom resultado”, explica o presidente do INEP, Reynaldo Fernandes. “O novo exige mais conhecimento de conteúdo.”
Por tudo que foi exposto acima, acredito que pode haver, a principio, uma elitização do acesso ao ensino superior, pois a prova do ENEM continuará servindo como critério para o ingresso nas universidades particulares com a concessão de bolsas para os alunos mais bem colocados através do programa PRO-UNI, além também de ser usada por diversas universidades publicas pelo País afora. Agora somente aqueles que tiveram acesso a uma educação de qualidade ou se dedicarem bastante poderão alcançar o objetivo de conseguir a bolsa do PRO-UNI ou passar em uma das universidades publicas que adotarem o novo modelo.
De acordo com algumas pessoas ligadas a área de educação o objetivo principal desse novo modelo de avaliação integrado é a otimização das estruturas do vestibular e das Universidades. Nesse sentido, a falsa mobilidade prometida pela possibilidade de o candidato inscrever-se para cinco cursos diferentes, nada mais seria na verdade, do quê garantir que o maior número possível de vagas seja preenchido ao fim do processo unificado. Quer dizer, não importa se o aluno sonhou a vida inteira em ser engenheiro civil. Na sinuca do vestibular ele poderá ser encaçapado no curso de psicologia de uma outra instituição, onde, por ventura, os recursos não estejam sendo utilizados de forma "otimizada".
Apesar das opiniões divergentes, segundo o MEC, um dos principais objetivos com a proposta do novo Enem é reorientar o currículo do ensino médio, aproximando mais os conteúdos da realidade social dos alunos, isto é, as disciplinas isoladas não mais existiram da maneira como estão e passariam a ser trabalhadas de forma integrada com outras da mesma área, tal como é a proposta da nova avaliação do ENEM. Se o objetivo de tal proposta tiver realmente o intuito de melhorar a educação básica, pode e deve merecer todo o apoio da sociedade. Agora mais do que nunca a educação básica precisará melhorar para acompanhar as mudanças impostas verticalmente pelo novo modelo do ENEM. Mas é necessário que haja investimento para que as coisas aconteçam sem o que nada sairá da mesmice.
Em suma, quem acompanha a situação de perto, pelo menos no que tange aos alunos do ensino médio do estado do Rio de Janeiro sabe que a maioria desses alunos não têm condições de passar em uma prova com o grau de dificuldade da nova prova do ENEM. Na antiga o grau de dificuldade era bem menor. Por isso, será preciso muito mais que imposição vinda de cima e mudança no currículo. Serão necessários investimentos para que se dêem, em muitos casos, as condições mínimas de trabalho para que os professores possam acompanhar esse novo contexto e desenvolver um trabalho digno com seus alunos.
Francisco Lima
Um comentário:
Não há outra maneira de vencer na vida!! A educação é o único caminho viável. Os investimenos governamentais terão que vir acompanhados das medidas, senão tudo ficará com dantes...
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