Os erros nos ensinam muito
Tenho plena certeza de que agora, mesmo com todos os afazeres, as coisas fluirão melhores e tenderão a uma razoável estabilidade, pois, em se tratando de educação, esperar que tenhamos uma estabilidade duradoura é utopia.
Sabemos que em se tratando de educação, se quisermos fazer o melhor, a mudança deve fazer parte do nosso cotidiano, mesmo que enxerguemos agora nesse momento que, que às vezes, é necessário dar um passo atrás. Isto é, volta e meia teremos que retroceder um pouco para depois avançarmos um pouco mais. É um processo natural para se corrigir rumos.
Quando tive que trabalhar com uma turma de adolescentes eu vivia um memento muito especial, mas era um momento de transição que, com tal, me levava a muitas reflexões sobre os melhores métodos ou formas de trabalhar. Eu estava então saturado dos chamados “métodos tradicionais” (quadro e giz) e queria bani-los da minha prática substituindo-os por formas ou métodos mais adequados com a realidade tecnológica do mundo digital.
Acho que demonizar os chamados “métodos tradicionais” naquele momento atrapalhou bastante a minha pratica e dar um passo atrás era necessário para depois e aos poucos ir avançando e adotando “novas técnicas”. Entre outras coisas, foi isso também que me faltou naquele momento e eu poderia ter feito um trabalho melhor se passasse por cima dessa convicção que acabou virando preconceito.
Hoje reconheço não apenas esse erro, mas também o fato de introduzir as aulas mais modernas com a utilização de filmes e outras mídias sem o devido preparo ou debate com as turmas (eu trabalho com outras turmas no período noturno) que não estavam acostumadas a um trabalho mais subjetivo nos moldes que eu estava propondo. Eu queria apenas fazer as turmas de expressarem e os temas propostos eram e tem sido sempre o mais próximo possível do cotidiano e da realidade deles, como gravidez precoce, desemprego, alcoolismo, abandono paterno entre outras coisas.
Mesmo admitindo que o começo foi meio atropelado e que os primeiros resultados não foram nada animadores eu continuei, pois achava que era uma tendência natural que as coisas melhorassem. A evolução viria com a experiência e minha proposta tendia (e tende ainda) a ser cada vez mais assimilada por eles.
Hoje posso dizer que já começo a colher bons resultados e consegui fazer alunos que tinham medo só de ouvir falar a palavra redação escrever com naturalidade e muito bem. Tudo o que fiz foi dizer para eles escreverem do modo mais natural possível sem preocupar com os erros gramaticais, tendo como foco as ideias. Eu disse também que todos eram capazes de fazer isso, bastando um pouquinho de vontade para levar tal tarefa a cabo.
Houve evolução, mas ainda muito que melhorar, pois sinto que ainda existem muitos alunos com sérias dificuldades e para que eles consigam acompanhar é necessário um trabalho mais voltado para eles. Muitos avançaram de série em série sem ter um domínio completo da leitura e da escrita e isso tem dificultado um pouco esse trabalho de tentar fazê-los se expressar por escrito.
O trabalho em grupo, com vem sendo feito, é bom para que eles se integrem e aprendam algumas vezes com os supostamente “mais preparados”. O que tem acontecido, porém, é que na maioria das vezes a situação fica meio mascarada, pois muitos deles não participam efetivamente do grupo figurando apenas na lista de nomes. E nós, como professores, obviamente, observamos tal discrepância. Pelo menos eu consigo vê-la com clareza.
Todas essas coisas tem me levado a constantes reflexões e esses “erros” têm sido fundamentais para que possamos buscar a melhor maneira de trabalhar. Devemos evitar estereótipos e preconceitos, pois isso atrapalha bastante a nossa caminhada e hoje sabemos que para acertar temos que “errar muitas vezes”, pois só assim vamos avançando e evoluindo.
É preciso levar em conta finalmente que só erra quem tenta e quem tenta está imbuído da vontade de acertar. Espero ter vontade para tentar sempre, errar muito e acertar algumas vezes até que os acertos comecem a ser mais constantes que os supostos erros. Mas os erros vão sempre nos acompanhar para nos ensinar, pois, afinal, somos humanos e, como tais, passiveis de errar.
Francisco Lima
Tenho plena certeza de que agora, mesmo com todos os afazeres, as coisas fluirão melhores e tenderão a uma razoável estabilidade, pois, em se tratando de educação, esperar que tenhamos uma estabilidade duradoura é utopia.
Sabemos que em se tratando de educação, se quisermos fazer o melhor, a mudança deve fazer parte do nosso cotidiano, mesmo que enxerguemos agora nesse momento que, que às vezes, é necessário dar um passo atrás. Isto é, volta e meia teremos que retroceder um pouco para depois avançarmos um pouco mais. É um processo natural para se corrigir rumos.
Quando tive que trabalhar com uma turma de adolescentes eu vivia um memento muito especial, mas era um momento de transição que, com tal, me levava a muitas reflexões sobre os melhores métodos ou formas de trabalhar. Eu estava então saturado dos chamados “métodos tradicionais” (quadro e giz) e queria bani-los da minha prática substituindo-os por formas ou métodos mais adequados com a realidade tecnológica do mundo digital.
Acho que demonizar os chamados “métodos tradicionais” naquele momento atrapalhou bastante a minha pratica e dar um passo atrás era necessário para depois e aos poucos ir avançando e adotando “novas técnicas”. Entre outras coisas, foi isso também que me faltou naquele momento e eu poderia ter feito um trabalho melhor se passasse por cima dessa convicção que acabou virando preconceito.
Hoje reconheço não apenas esse erro, mas também o fato de introduzir as aulas mais modernas com a utilização de filmes e outras mídias sem o devido preparo ou debate com as turmas (eu trabalho com outras turmas no período noturno) que não estavam acostumadas a um trabalho mais subjetivo nos moldes que eu estava propondo. Eu queria apenas fazer as turmas de expressarem e os temas propostos eram e tem sido sempre o mais próximo possível do cotidiano e da realidade deles, como gravidez precoce, desemprego, alcoolismo, abandono paterno entre outras coisas.
Mesmo admitindo que o começo foi meio atropelado e que os primeiros resultados não foram nada animadores eu continuei, pois achava que era uma tendência natural que as coisas melhorassem. A evolução viria com a experiência e minha proposta tendia (e tende ainda) a ser cada vez mais assimilada por eles.
Hoje posso dizer que já começo a colher bons resultados e consegui fazer alunos que tinham medo só de ouvir falar a palavra redação escrever com naturalidade e muito bem. Tudo o que fiz foi dizer para eles escreverem do modo mais natural possível sem preocupar com os erros gramaticais, tendo como foco as ideias. Eu disse também que todos eram capazes de fazer isso, bastando um pouquinho de vontade para levar tal tarefa a cabo.
Houve evolução, mas ainda muito que melhorar, pois sinto que ainda existem muitos alunos com sérias dificuldades e para que eles consigam acompanhar é necessário um trabalho mais voltado para eles. Muitos avançaram de série em série sem ter um domínio completo da leitura e da escrita e isso tem dificultado um pouco esse trabalho de tentar fazê-los se expressar por escrito.
O trabalho em grupo, com vem sendo feito, é bom para que eles se integrem e aprendam algumas vezes com os supostamente “mais preparados”. O que tem acontecido, porém, é que na maioria das vezes a situação fica meio mascarada, pois muitos deles não participam efetivamente do grupo figurando apenas na lista de nomes. E nós, como professores, obviamente, observamos tal discrepância. Pelo menos eu consigo vê-la com clareza.
Todas essas coisas tem me levado a constantes reflexões e esses “erros” têm sido fundamentais para que possamos buscar a melhor maneira de trabalhar. Devemos evitar estereótipos e preconceitos, pois isso atrapalha bastante a nossa caminhada e hoje sabemos que para acertar temos que “errar muitas vezes”, pois só assim vamos avançando e evoluindo.
É preciso levar em conta finalmente que só erra quem tenta e quem tenta está imbuído da vontade de acertar. Espero ter vontade para tentar sempre, errar muito e acertar algumas vezes até que os acertos comecem a ser mais constantes que os supostos erros. Mas os erros vão sempre nos acompanhar para nos ensinar, pois, afinal, somos humanos e, como tais, passiveis de errar.
Francisco Lima