Você se acha honesto?
É sabido que muitas expressões e palavras acabam sofrendo mutações com o correr do tempo. Os seus significados podem mudar bastante e tornarem-se totalmente diferentes do que fora primitivamente, isto é, inteiramente diverso do que indica a sua etimologia ou origem. Um bom exemplo disso são as mutações sofridas pela palavra medíocre na qual é fácil identificar o radical médio, ou seja, uma pessoa medíocre seria alguém dentro de uma determinada media. De acordo com antigos dicionários, medíocre significava "mediano, ordinário, insignificante, vulgar, sem mérito, mas, nos dias atuais, o termo mediano perdeu o sentido e as conotações pejorativas que definiam esse termo é que ganharam espaço.
Há palavras que carregam uma carga simbólica muito grande e são exaustivamente repetidas aos quatro ventos, mas que, paradoxalmente, em vez de consolidar o seu significado acabam se tornando, algumas vezes, conceitos vazios ou longe do seu significado real. Tais palavras ou conceitos já fazem parte da cultura e do imaginário das pessoas e expressam as qualidades que todos se atribuem, sendo motivo de graves desavenças a negação dessas qualidades atribuída a quem quer que seja.
Para melhor compreendermos o que foi dito acima, vamos imaginar uma pesquisa em que as pessoas responderiam alguns questionamentos, entre os quais:
1- Você se acha honesto?
2- Você se acha uma pessoa honrada?
3- Sua vida é pautada por atitudes éticas?
Muitas outras questões poderiam fazer parte dessa lista, mas, por enquanto, essas bastam aos nossos objetivos.
Todos nós sabemos que as palavras honestidade, honra e ética entre outras expressam atributos fundamentais da cidadania e todos julgam possuí-los em alto grau. Assim, é difícil imaginar que uma só pessoa possa responder negativamente a uma das perguntas acima, ainda que não façam uma analise mais detalhada do significado de tais palavras.
O que é significativo porem é que muitas pessoas consideram que algumas atitudes como subornar um policial, comprar produtos de origem sabidamente duvidosa da mão de terceiros, fazer o chamado gato na ligação elétrica etc. são coisas que não irão afetar de maneira alguma a sua dignidade de cidadão honesto. Quando questionados, afirmam que “quase todo mundo faz a mesma coisa,” não sendo, por isso, atitudes reprováveis os comportamentos supracitados.
Entrementes, é muito preocupante essa banalização e a transformação da “pequena corrupção” em atos corriqueiros. Palavras como ética e honestidade não são passiveis de mudanças interpretativas e devem manter o seu sentido original sempre, senão, não farão o menor sentido.
Para sermos realmente honrados, éticos e, principalmente, honestos, temos que evitar que essa “onda de pequenos atos corrupção” nos atinja. Só poderemos responder positivamente às questões propostas acima se não nos deixarmos levar por esses modos de agir que, infelizmente, a cada dia assola mais e mais a sociedade brasileira. É o “chamado jeitinho brasileiro” que encontra soluções rápidas para tudo sem se preocupar com as consequências.
É sabido que muitas expressões e palavras acabam sofrendo mutações com o correr do tempo. Os seus significados podem mudar bastante e tornarem-se totalmente diferentes do que fora primitivamente, isto é, inteiramente diverso do que indica a sua etimologia ou origem. Um bom exemplo disso são as mutações sofridas pela palavra medíocre na qual é fácil identificar o radical médio, ou seja, uma pessoa medíocre seria alguém dentro de uma determinada media. De acordo com antigos dicionários, medíocre significava "mediano, ordinário, insignificante, vulgar, sem mérito, mas, nos dias atuais, o termo mediano perdeu o sentido e as conotações pejorativas que definiam esse termo é que ganharam espaço.
Há palavras que carregam uma carga simbólica muito grande e são exaustivamente repetidas aos quatro ventos, mas que, paradoxalmente, em vez de consolidar o seu significado acabam se tornando, algumas vezes, conceitos vazios ou longe do seu significado real. Tais palavras ou conceitos já fazem parte da cultura e do imaginário das pessoas e expressam as qualidades que todos se atribuem, sendo motivo de graves desavenças a negação dessas qualidades atribuída a quem quer que seja.
Para melhor compreendermos o que foi dito acima, vamos imaginar uma pesquisa em que as pessoas responderiam alguns questionamentos, entre os quais:
1- Você se acha honesto?
2- Você se acha uma pessoa honrada?
3- Sua vida é pautada por atitudes éticas?
Muitas outras questões poderiam fazer parte dessa lista, mas, por enquanto, essas bastam aos nossos objetivos.
Todos nós sabemos que as palavras honestidade, honra e ética entre outras expressam atributos fundamentais da cidadania e todos julgam possuí-los em alto grau. Assim, é difícil imaginar que uma só pessoa possa responder negativamente a uma das perguntas acima, ainda que não façam uma analise mais detalhada do significado de tais palavras.
O que é significativo porem é que muitas pessoas consideram que algumas atitudes como subornar um policial, comprar produtos de origem sabidamente duvidosa da mão de terceiros, fazer o chamado gato na ligação elétrica etc. são coisas que não irão afetar de maneira alguma a sua dignidade de cidadão honesto. Quando questionados, afirmam que “quase todo mundo faz a mesma coisa,” não sendo, por isso, atitudes reprováveis os comportamentos supracitados.
Entrementes, é muito preocupante essa banalização e a transformação da “pequena corrupção” em atos corriqueiros. Palavras como ética e honestidade não são passiveis de mudanças interpretativas e devem manter o seu sentido original sempre, senão, não farão o menor sentido.
Para sermos realmente honrados, éticos e, principalmente, honestos, temos que evitar que essa “onda de pequenos atos corrupção” nos atinja. Só poderemos responder positivamente às questões propostas acima se não nos deixarmos levar por esses modos de agir que, infelizmente, a cada dia assola mais e mais a sociedade brasileira. É o “chamado jeitinho brasileiro” que encontra soluções rápidas para tudo sem se preocupar com as consequências.